Historieta: A arte de educar... (Capitulo III)

Assim que jantaram e puseram as crianças para dormir Ana falou-lhe sobre sua nova opção.

_ Pedro preciso saber com toda a sinceridade do mundo o que você pensa sobre o que vou dizer.

_ Sim! Respondeu Pedro sentando-se a beira da cama e sentindo que aquela seria a conversa.

_ Você sabe que sempre trabalhei que sempre tive meu dinheiro desde os meus doze anos de idade...

_ Você sempre foi independente. Disse ele rindo.

_ É verdade! Mas agora estou pensando em deixar o serviço e esses dois cursos que estou fazendo, agora...

_ O que?

_ Estou pensando em ser mãe em tempo integral e preciso saber o que acha? E como ficariam nossas finanças?

_ Você está falando sério?

_ Sim! Por quê?

_ Você sabe que não vou poder suprir muitas das coisas que você faz atualmente, que teremos que cortar gastos, talvez até vender seu carro, que teremos que despedir Patrícia, que teremos que cortar todo e qualquer luxo... Você está disposta a pedir e eu lhe perguntar pra que? Você está disposta a não poder comprar nem pagar tudo o que você paga hoje? Mas a pergunta mais importante é o porquê você quer fazer isso? Pedro perguntava tudo isso como a sondar as razões mais profundas de sua esposa.

_ Quero estar com meu filho, quero vê-lo crescer, quero poder brincar com as crianças e vê-las sorrirem como hoje, não quero fugir de minha responsabilidade de educar e amar meus filhos, ou melhor, nossos filhos!

_ Por que de repente passou a ver as coisas dessa forma? Pedro queria saber o que havia acontecido com ela.

_ Eu ouvi uma história hoje que me fez parar para pensar. E então contou a história que Cláudia contará.

_ Mas você não é assim... Disse ele.

_ Você sabe que sou amorosa, você lembra quanto tempo eu fiquei com as crianças?

_ Dois anos! Não foi?

_ Foram quase quatro anos, pois eu os levei para a escola comigo, Cristina tinha três anos e eu era a sua professora e Joaquim ficava no berçário ao lado, nos intervalos eu estava lá beijando e o abraçando. Mas com o Gustavo foi diferente, ele mal completou três meses e eu já estava fazendo cursos de manhã e a noite, voltei a trabalhar, não pedi nenhum tempo a mais pra ficar com ele, se não fosse a Patrícia que passa o dia inteiro aqui em casa e que o ama como uma mãe... Você fica mais tempo com ele que eu, que sou a mãe... Neste instante Ana chorou.

Pedro agradeceu a Deus, pois isso era tudo que ele gostaria de ter dito a esposa, mas não tinha coragem. E agora ela mesma reconhecia o seu afastamento do filho caçula.

Pedro a abraçou e disse:

_ Não se preocupe! Eu não havia dito nada, porque eu não queria te pressionar...

_ Do que está falando?

_ Eu recebi uma proposta para gerenciar a rede de lojas, mas ainda não tinha te falado nada, porque eu não queria deixar o Gustavo só, pois esse novo emprego vai exigir que eu viaje pelo país e que fique até as nove horas da noite no serviço, mas se eu aceitar estarei em casa todo o fim de semana sem exceção, e o salário é o triplo do que ganho hoje, o que acha?

_ Maravilhoso!

_ E com isso você pode manter a Patrícia meio período, o carro, e a escola das crianças, mas terá que me prometer que não vai se tornar uma chata ficando em casa todo o dia! Disse Pedro sorrindo.

_ Te amo!

_ Eu também!

Pedro estava feliz como nunca. Sonhava com aquele dia desde que o filho Gustavo nasceu e Deus havia sido generoso com eles, pois o novo posto na empresa poderia suprir todas as necessidades materiais da família.

Dormiram abraçados envoltos em uma ansiedade e emoção.

Continua...