Angola e Brasil unidos pela poesia

Este é o sentimento que se percebe do livro Ecos d’Angola, do escritor Kiama

Poesias de saudade, em homenagem a Angola, ao povo, à cultura, família, história… E também um canto de esperança e de desejo de mudança, para melhor. O autor Kiama demonstra alta sensibilidade poética, reunindo num livro, de apenas 120 páginas, todo o sentimento que o povo de Angola, fora de Angola, sente por aquele país. A saudade da mãe, a preocupação social e até os amores, estão representados nesta coletânea de grande valor estético e histórico.

A obra foi lançada na 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, no dia 22 de agosto do ano corrente. Ecos d'Angola é uma compilação de 63 poesias, as quais aparecem subdividas em sete capítulos: 1. A Pátria do Futuro, 2. Solidariedade, 3. Nele Esperamos, 4. Amor, 5. Homenagem, 6. Filosofar é Aprender e 7. Ecos.

Em poucas palavras, Ecos d’Angola é, para o autor, uma obra de poesia que traz à tona alguns marcos significativos de Angola do passado, de Angola do presente e da nova Angola que já começou a ser reerguida: uma Angola de paz, de solidariedade, de unidade nacional e de angolanidade. “É por isso que aposto em doar 50% do lucro dessa obra a um orfanato de crianças angolanas, pois também acredito em uma nova Angola”, conta o poeta. Esse gesto de solidariedade funciona como imperativo categórico e forma de participação do autor na reconstrução da nação angolana. A contribuição é um exercício de cidadania e de solidariedade para com as crianças.


O autor
Emanuel Lusevikueno Pedro Dundão, sob pseudônimo Kiama, 24 anos, nasceu em Angola, na província de Luanda. Estudou Filosofia no Seminário Maior de Cristo Rei, Huambo, onde não teve o privilégio de terminar tal curso por "questões vocacionais". É graduando em Direito e Administração de Empresas, IV e III anos, respectivamente, no Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP-EC). É membro da Academia Nogueirense de Letras (ANL) e tem participações em várias antologias poéticas pela Editora In House: Um Mundo Melhor (2008), As Nossas Mulheres 3 (2009), Para a Minha Mãe 2 (2009) e Introspecção (2010). Trabalhou como Auxiliar Administrativo na Brigada Especial de Limpeza da Casa Militar de Angola (2006). Desempenhando serviço voluntário, foi Secretário Executivo (2008/2009) e Tesoureiro da Associação IDS-Estudantes, Projeto de Formação de Quadros Angolanos.

Contato do escritor Kiama Emanuel:
kiamaemanuel@hotmail.com

Veja fotos do autor na Bienal de Sampa

Aqui, uma das lindas poesias desse homem que, além de artista, é uma alma iluminada. Ele me 'encontrou' na internet, pesquisando sobre poetas brasileiros. Escreveu-me, respondi de pronto. E nos encontramos, de verdade, na Bienal, quando trocamos palavras de afeto e impressões positivas.


É tempo, companheiro

É tempo, companheiro,
De a cabeça erguermos
E os braços levantarmos
Como o histórico oleiro.

É verídico, é tempo
De a cabeça pôr a funcionar
E os robustos braços a trabalhar,
Antes que venha o contratempo.

Reedifiquemos o que se estragou
Na nossa magnânima terra,
Onde de tudo também se abusou.

É tempo, companheiro,
De se reedificar com fervor
Como verdadeiro pedreiro.

Autor: Kiama
Valdeck Almeida de Jesus
Enviado por Valdeck Almeida de Jesus em 07/09/2010
Reeditado em 07/09/2010
Código do texto: T2483216
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