Um mundo para Igor
"A guerra acaba se você quiser"
John Lennon
A graça da vida deveria está no constante aprender; a cada dia, mês, ano, milênio, em tese, deveria o ser humano tornar-se melhor. A sensação é que vamos “evoluindo” com o passar do tempo. E a melhor evolução é a que caminha junto com a inata curiosidade humana que conduz ao conhecimento. A melhor maneira de atuar no mundo se reduz na incessante busca pelo conhecimento, pois não almejá-lo, é abrir o caminho para o fanatismo, para o aprofundamento da individualidade humana e, conseqüentemente, a distância de cooperação dos homens de tornar este, o melhor dos lugares compartilhado e usufruído por todos.
A busca pelo conhecimento o projetará, talvez, a encontrar respostas para o desconhecido e lhe proporcionará interpretar a si e o seu lugar no mundo. Nem sempre irá encontrá-las porque não são elas que movimentam, que transformam o mundo, que o transformará; são as perguntas que lhe proporcionarão alcançar “o além das aparências”. Eleva-te do senso comum! Será sua inquietação que o levará para fora da “caverna”, para então perceber que a diversidade, a pluralidade e não a singularidade que torna o mundo, o ser humano, único. Se o ser humano possui alguma essência, é justamente o plural, o diferente que nos torna, humanos.
O conhecimento que lhe proponho não é o que escraviza, o que subordina, o que aliena; mas um tipo de conhecimento que liberta-o do fanatismo, projetando-o a compreender e a mudar o mundo, e para melhor. Irá perceber que a ignorância é a alegria dos fracos e somente o fanatismo o acolhem. Contudo, é uma alegria falsa, sem crítica, sem reflexão. É apenas um ainda não compreender das coisas. Por não almejarem o conhecimento muitos, em detrimento deste mundo, em detrimento do ser humano, exteriorizam-se num “além-mundo” e o tomam como o remédio para a cura de uma doença que não existe. Pelo fanatismo muitos destroem a si e aos seus semelhantes; pelo fanatismo aumentamos a dor, a violência; pelo fanatismo fazemos guerra. O fanatismo se torna “a força de vontade dos fracos”.
Em um mundo em que o verbo ter prevalece sobre o ser, a vaidade humana, numa incessante busca em suprir suas necessidades (consumistas) intensifica cada vez mais a individualidade e aumenta o abismo para a cooperação entre os homens para a construção de um mundo mais suportável. O medo, a guerra, o terrorismo, a destruição do meio ambiente são frutos da ignorância, do fanatismo, que diminuem a chance de, um dia, nos tornarmos um. É o resultado de um mundo sem reflexão, sem crítica que, mais facilmente, aceita e se subordina ao status quo.
Diante de tudo isso, o meu desejo é que persiga incessantemente na busca pelo conhecimento e atue, sempre, de forma que intensifique a união entre os homens promovendo a erradicação de todas as formas de preconceitos e fanatismos. Que as tuas ações sejam de tal forma que promovam um mundo mais justo, mais pacífico; que a única arma que possa carregar em tuas mãos seja a do conhecimento. Brinque, pule, dance, crie. A vida é um eterno movimento, somos um eterno vir-a-ser, um constante construir. E não esqueça que a curiosidade lhe proporcionará alcançar o inimaginável. “Torna-te quem tu és”.