Dois Extremos (Parte 4)
Após se olharem por alguns instantes, não demorou para que Eustáquio se aproximasse daquela mulher. Embora ainda intimidado com aquela situação, o cavalheiro convida a dama para sentar, e logo os dois dão início a uma agradável conversa.
Rita, era o seu nome. Descendente de italianos, nascera em Barra do Ribeiro, no Rio Grande do Sul, em 1955, mudando-se para Alfenas em agosto de 1962, após a morte do seu pai, em janeiro do mesmo ano. Era assistente social concursada do estado de minas, e morava com a sua mãe na Rua Benjamim Constant, próximo a praça Amália Engel.
Uma mulher, que apesar de um impressionante carisma, também nunca tivera conhecido o matrimônio, talvez por ser muito reservada e por também acreditar que o seu momento ainda não chegara. Eustáquio ouvia silenciosamente aquela mulher, que aos poucos lhe conquistava...
O maior receio para aquele homem, naquele instante mágico, foi dizer que era um coletor de lixo, apesar de acreditar que era um trabalhador digno e que as graças de Deus lhe tivera concedido a oportunidade para o seu sustento. Mas ainda assim, contou a sua vida sem esconder se quer uma vírgula, mesmo temendo o impacto que aquelas informações poderiam causar naquela mulher.
E para sua surpresa, a mulher ficou bastante interessada em sua história de vida, que claramente, lhe fizera encher os olhos de lágrimas.