O sono de João e Rousseau
João é um rapaz de 25 anos. Terminou recentemente sua faculdade de administração e está a seis meses no seu primeiro emprego. Por não ter experiência conseguiu esse emprego com salário bem abaixo do que esperava e carga horária bem acima. Para completar, seu chefe é um carrasco, autoritário, o maltrata e ele nada pode fazer, pois há uma fila de abutres esperando para ocupar o seu lugar. Toda noite, ao deitar, João pensa: “como esse mundo é injusto”.
Ao redor do mundo, várias pessoas estão na situação de João. Patrões, maridos, pais, mães autoritárias e ignorantes estão por todos os lados. Todo ser humano é ser humano, não existe um melhor, mais desenvolvido. Então, ninguém pode se sentir superior a ponto de mandar como bem quiser em outro ser humano. Somos iguais, devemos se tratar como tal.
As primeiras sociedades humanas eram autoritárias. O tempo passou, e o homem evoluiu mental e socialmente. Primeiro os impérios, depois o reinos, feudos, os ditadores e, por fim, a democracia dos três poderes. Com o passar do tempo, o surgimento da filosofia, depois o Iluminismo, o homem diminuiu a concentração de poder. Ser autoritário é contrariar a evolução humana.
Uma pessoa governada por um líder amável é muito mais feliz. Já uma governada por um líder autoritário é infeliz e o trairá na primeira oportunidade. Um líder presente e compreensível desperta muito mais simpatia, e faz seus liderados trabalharem mais e melhor do que os liderados por um autoritário.
Devemos mudar nossa concepção de que se deve governar com pulso firme demais. Ser firme quando necessário, mas sabendo respeitar o outro. Só assim, atingiremos um mundo melhor, uma sociedade mais igualitária. Somente então, João e Rousseau conseguirão dormir em paz.