Arte e Fenomenologia

Neste trabalho, me limito a analisar, a arte sob duas perspectivas fenomenológicas fundamentais, a de quem cria e a de para quem ela se mostra.

A arte é um conceito bem abrangente e remete a várias questões. Ela sempre se apresenta única, pois tem a ver com a subjetividade de cada artista. A metamorfose que ocorre na arte com o passar dos anos tem a ver com a técnica, mas sempre podemos ver a arte como um fenômeno de mudança se analisarmos pelo âmbito individual: o artista incute em sua obra o vivido por ele, e a maneira como ele sente a sua vivência.

A arte tem a influência de sua época, de forma que confirme ou se rebele contra os padrões estabelecidos, sejam eles estéticos, morais ou culturais, causando escândalos e reflexões. Temos como exemplo, Rita Lee com a expressão “sanduiche de gente”, Raul Seixas com “Rock das Aranhas” e “Rock do Diabo”, há a teoria (não confirmada) que Da Vinci inseriu símbolos pagãos no quadro cristão da Ultima Ceia”, etc.

A arte é um fenômeno da criatividade, a expressão de uma idéia, um sentimento, um anseio, podendo se apresentar como pintura, grafite, música, cinema, teatro, dança, e diversas formas de artesanato, e, ela tem uma tendência a causar respostas emocionais privadas ou públicas.

E, assim chegamos a outro fenômeno a ser considerado. Saímos da perspectiva do criador para a do observador: Aquele que aprecia uma obra artística, mesmo que apreenda a idéia original, jamais a verá como o seu criador, pois é um ser único, com uma bagagem moral, cultural, de vivências que pertencem somente a ele, portanto, ele sente a arte que se mostra a ele de maneira peculiar.

Portanto a questão interpretativa da arte foge da visão fenomenológica, pois a arte é, como se mostra, mas a apreensão de sua extensão expressiva será diferente para cada observador.