Loucuras Normais

Porque será que o ser humano é tão engraçado? Todo mundo é doido? Existe alguém certo? São essas perguntas que faço todos os dias, mas tenho certeza que não sou o único. Por incrível que pareça, às vezes eu acho que sou maluco, imaginem só, fico horas e horas viajando nos meus pensamentos conversando comigo mesmo, será uma loucura ou isso é apenas uma "loucura normal" presente em todos nós?

Fazer perguntas é algo normal do ser humano, perguntar se todo o ser humano é doido já não sei. Creio que isso começa quando nós somos bebês. Vocês já prestaram atenção de como fica um adulto ao ver um bebê? Com certeza não é nada normal, começamos a fazer caretas, falar várias coisas estranhas e por aí vai... Vamos olhar pelo lado do bebê agora, o que será que ele pensa dos adultos? Creio que pensam assim:

"Esse cara tá maluco, será que tá tentando fazer contato com alienígenas? Para com esse negócio de fazer caretas e falar essas palavras estranhas, você tá doido?"

É claro que um bebê não vai entender nada do que acontece, mas se eles soubessem falar, não quero nem imaginar o que eles diriam aos adultos.

Existem vários tipos de "loucuras normais", não tem pra onde correr, todos nós estamos destinados a praticar ao menos uma das loucuras normais existentes. Então vamos continuar falando de alguns destes tipos de "loucura normal". Já crianças e não mas bebês, começa a desenvolver em nós o primeiro tipo de "loucura normal", é o que podemos chamar de "é meu". A criança se torna possessiva e tudo o que ver e lhe agrada, toma para si, somente para si e não divide com ninguém, mas sinceramente, isso não está presente apenas nas crianças ingênuas, a maioria dos adultos são assim, egoístas e o pior, muitos deles são antropocêntricos, ou seja, esquecem que existe um ser maior que eles e se acham pequenos "deuses" que podem tudo fazer.

Na faixa dos dez anos, começamos a ter nossas manias. Mania de piscar um olho toda hora, de lavar as mãos a todo instante, mania disso e mania daquilo, que se não forem tratadas, ficam pra vida toda. Nessa mesma faixa etária é despertado um novo sentimento, o desejo pelo sexo oposto, até aí tudo bem, mas esse desejo nos leva as "paixonites", que quando não correspondidas nos faz ficar malucos. Já pensou? Perder a fome só porque aquela(e) garota(o) não gosta de você? Para muitas pessoas isso acontece apenas uma vez, mas para outras acontece o mesmo que acontece com as manias, fica para toda a vida, graças a Deus que faço parte das muitas pessoas.

Um pouco mais velhos, já na adolescência, nosso corpo é movido simplesmente pela adrenalina. Talvez essa seja a faixa etária em que mais cometemos "loucuras normais", como tentar atravessar um rio sem saber nadar, só pra não ficar mal na frente do pessoal, fazer pegas de motocicletas em pleno centro urbano, jogar uma pelada de madrugada sem enxergar praticamente nada, tocar a campainha das casas e sair correndo... São essas e muitas outras as "loucuras normais" da adolescência, as quais tem apenas um objetivo, alimentar o desejo insaciável de adrenalina presentes nesta fase da vida. Ainda na adolescência, ao chegar ao ensino médio, praticamos outras loucuras normais, como fazer prova sem estudar, loucura essa que nos leva a outra, pescar na frente do professor mais carrasco do colégio, correndo o risco de ser pego e ficar com zero na prova, ainda há uma outra loucura, trocar de prova com aquela(e) gatinha(o) que estamos paquerando, só para agradá-la(o), sermos pegos e ainda não colocar a culpa em si só, tudo isso para não perder a chance de conquistar a(o) garota(o). Por incrível que pareça, na fase que pensamos ser mais "certinhos", praticamos as maiores "loucuras normais" da vida.

Poderia continuar falando das loucuras normais em cada fase da vida, mas esse texto foi baseado nas fases da minha ainda jovem vida, com fatos que ocorreram comigo e com as pessoas de minha convivência. As "loucuras normais" são infinitas, mas são elas que ajudam a formar a personalidade e o caráter de cada pessoa, talvez sem elas, o mundo seria "chato". Só podemos concluir que aquele que nunca praticou uma das "loucuras normais", sem sombra de dúvidas, não é uma pessoa normal.