You know nothing about me!!
(A letter to a person who said that loved me, and he neither knows how concerning it can be a true love. I decided to write the introduction in English because the words coming out cost less and seem less sappy).
Não sabes NADA sobre mim !
Foi tudo muito rápido e a tua cabeça ficou em piloto automático, em modo “Gostar da Patrícia, e não a largar, seja qual for o custo”. Só em sonhos é que existe o famoso happy end à oda dos filmes americanos, e na vida real também acontece, mas quando acontece quase não damos por isso. Sejamos sinceros: encontraste-me e não me quiseste largar porque estavas mal com a Rita, e a pura das verdades é que a maior parte das pessoas sobrevive mal sozinhas, tende sempre a arranjar algum apoio, uma bengala, alguém que esteja sempre ali, para garantirem uma subsistência física e afectiva, e no caso dos adultos, por vezes económica.
Sim, é verdade que não consigo encarar de frente quando alguém diz que gosta de mim, “daquela” forma, talvez porque ensinei o meu cérebro a bloquear em certas situações, a pôr-me à defesa, para não me magoar, como já aconteceu antes. Falei-te do Fábio, e às vezes lembro-me de como era antes de o conhecer, e de como mudei por ter estado com ele, por tudo o que aconteceu. Tornei‑me outra pessoa, muito mais séria. Primeiro por ele me ter “manipulado” à maneira que mais lhe convinha, e, ironia das ironias, depois ainda pensei que quando ele saísse da minha vida, tudo voltaria a ser como dantes. Mas quando ele foi embora, e eu não tinha nada por onde o pudesse agarrar para ele ficar, reparei que me tinha esquecido de como é estar sozinha, não ter nenhuma “bengala amorosa”. E então, depois de 2 anos a pedir para ele voltar, porque não conseguia aguentar sem ele, que sem ele a minha vida não fazia qualquer sentido e blá blá blá acordei da hipnose e percebi que nem amores repentinos nem saudades daquilo que não temos ao nosso lado fazem qualquer sentido, e é quando dizes que me amas e que tens saudades minhas que menos te percebo, que mais confusão faz no meu cerebrozinho de menina a quem um dia uma besta qualquer deitou fora todas as bonecas, e a fez esquecer os contos de fadas e acordar para a vida. Quando me dizes essas coisas, apetece-me gritar-te aos ouvidos que a última vez que acreditei nessas palavras correu tudo mal e agora, tanto tempo depois, ainda estou a sofrer as sequelas. Após meses de dar tampas e receber algumas também, em que só me entreguei por completo, de corpo e alma, coração e membros, até à ponta dos cabelos, ia deixar-me ir numa aventura amorosa sem objectivo nem conteúdo, pelo menos da minha parte? Não me parece. Ou fazes parte do grupo de pessoas que acha que se pode gostar assim sem mais nem menos? E não há nada nem ninguém que consiga matar as saudades das pessoas que já tivemos nos braços e por algum motivo se foram. E quando sentires saudades das conversas, das horas ao telefone, da palavras trocadas, fecha os olhos, aperta os braços abraçando-te a ti mesmo, com muita força, e lembra na tua cabeça. Porque ninguém é dono de nada, e o “para sempre” é quase sempre só na teoria. Cansei-me dos mundos dos bonecos e das pessoas com sorrisos de plástico, e fiquei sem paciência para relações amorosas, havendo apenas uma pessoas na minha com a qual estava disposta a construir um castelo, com tudo aquilo que sentimos, e essa pessoa não é o Fábio…
Não te dou trela porque sei e já senti na pele o que é amor verdadeiro, e por isso é que estou sozinha, porque olho para as pessoas e penso “Eu sei o que gostar a sério, naquele estado exaltado que faz parar os ponterios do relógio, criar borboletas na barriga que sabemos deiferenciar dos nervos normais, e que traz uma luz perfeita à nossa existência, e eu não gosto de ti!” e por isso, não faz sentido, pelo menos para mim, construir nada.
E foi assim que decidi “viver um dia atrás do outro, de vez em quando pensar no futuro, de vez em quando ter saudades do passado, mas não perder o fio dos dias, a paz construída que me dá serenidade e segurança. Não vale isso muito mais do que andar aos tiros para o ar, numa de tentativa e erro, a cansar o corpo e coração, em guerras de amor?”
E volto a dizer… Não sabes NADA sobre mim!