Historieta: Encontro Casual (7ª parte)...

Era domingo e Ana Alice queria deixar tudo arrumado para de noite receber Sérgio, pensou no que serviria para jantar, qual seria a melhor entrada, ela não bebia, mas e se ele gostasse, ela não teria nada para oferecer foi quando se lembrou de um “coller” delicioso de pêssego que seu pai havia lhe dado no natal. Serviria então aquele suco levemente alcoolizado.

Tudo preparado, apartamento limpo, foi tomar banho e se arrumar, mas ainda faltavam duas horas e essa pareceu não andar, ficou nervosa, então se lembrou de Deus e a serenou-se, fez uma prece e pediu para que tudo ocorresse conforme a vontade do Pai.

A campainha toca, ela abre a porta e é ele. Os dois se cumprimentam, então ele entra e entrega-lhe um buquê de flores.

_ Obrigada! São minhas preferidas.

_ Segui o conselho de minha mãe.

_ Diga a ela que adorei. O que há com você? Parece que não pregou o olho?

_ Não, não consegui dormir mesmo...

_ Por quê? Interrompe Ana Alice.

_ Fiquei imaginando você aqui com o Lucas...

_ Não acredito que se permitiu contaminar assim pelos pensamentos menos nobres.

_ Aconteceu alguma coisa entre vocês? Pergunta Sérgio.

_ Não! Disse Ana profundamente sentida ao ver a dor que provinha daquele irmão invigilante.

_ Só isso! Que vai dizer?

_ O que deseja que eu diga?

_ Não sei! Esperava que se descabelasse, que ficasse indignada,... Que agisse como todas as outras mulheres.

_ Não me descabelo porque não resolve; não fico indignada porque não posso cobrar de você que confie em mim, pois não me conheces; não posso agir como as outras mulheres porque não possuo o outro, não sou sua dona, mas adoraria ser tua companheira, eu sou assim, se está buscando uma mulher que age passionalmente desista de mim, porque não sou assim, aprecio o equilíbrio e busco todos os dias a felicidade, que não está no outro e sim em minhas escolhas. Entende?

_ Não sei! Mas eu sei que a cada momento me torno mais cativo de seu coração.

_ Não seja cativo! Seja um morador permanente dele.

E se aproximando finalmente se beijaram e permaneceram assim por muito tempo.

Já se aproximavam das 9:00 horas da noite quando ela serviu a janta quentinha e cheirosa.

_ Não sabia que era prendada? Onde estão as caixas? Em que lugar comprou essa comidinha boa?

_ Eu fiz e espero que goste. Só para sua informação eu sou formada em Gastronomia em Paris.

_ Quantos anos tem? Está me enganando?

_ Tenho 20. As regras para fazer cursos lá fora são diferentes, entendo também de administração e comércio exterior, entre outras coisas.

_ Só falta você dizer que toca um instrumento?

_ Na verdade dois.

_ Quais?

_ Piano e violino.

_ Eu não acredito. Disse Sérgio.

_ Só um minuto senhor! Disse ela levantando-se e indo ao quarto e retornando com o violino na mão.

_ Meu Deus!

_ Eu sabia que você acreditava Nele! Diz ela enquanto toca um dos clássicos de Mozart.

_ É um anjo! Estou no céu e esqueceram de me informar.

Ana para, guarda o instrumento e volta a sentar-se a mesa.

_ Sabe que eu ainda não acredito.

Ana ri sem graça e diz:

_ Desculpe não quis me exibir. Só toquei porque achei que apreciaria.

_ Acredite, eu aprecio e muito. Ele levanta-se e a beija.

O jantar termina, ela recolhe a louça e serve a sobremesa.

_ Meu Deus! Isso não é justo você não me avisou que tinha sobremesa.

_ Pois é tem! Diz ela sorrindo.

Depois eles se sentam ao sofá e ela faz várias perguntas sobre ele.

_ Por que você ainda mora com sua mãe?

_ Na verdade é ela que mora comigo, depois que meu pai morreu, ela teve depressão e o médico disse que ela precisava de companhia e quem melhor do que o filho caçula.

_ Com o que você trabalha?

_ Computadores! Sou apaixonado por eles.

_ E o seu pai?

_ Era militar e quando se aposentou acho que se sentiu invalido e um pouco inútil e acabou enfartando, e morreu.

_ E você quem é?

_ Sou um jovem muito sortudo, que está apaixonado por você, tenho 26 anos e não sou rico, mas levo uma vida boa. Acabou o interrogatório?

_ Por quê?

_ Porque eu acho que estou a fim de te beijar.

_ É! Eu também acho melhor ficar quieta um bom, já que a razão é muito boa.

E se beijaram.

Alguns minutos depois a campainha toca. Era Lucas com uma de suas namoradas.

_ Oi! Vim te apresentar a minha namorada. Disse ele com um bafo de quem bebeu todas.

_ Seja bem-vinda! É um prazer conhece-la! Diz Ana Alice a moça.

_ Oi! Sérgio, você está ai? Parece que está um pouco tarde não acha?

_ Eu já estava de saída, mesmo! Diz ele.

_ Não! Você vai ficar. E nós vamos levar o Lucas até o apartamento dele, todos nós juntos, certo Lucas? Disse Ana Alice.

_ Tudo bem! Parece que alguém está me mandando embora, então é melhor irmos logo Vivian. Diz Lucas virando-se para a namorada, que estava muito sem graça.

E assim eles se vão.

Continua...