Historieta: Encontro Casual (5ª parte)...
Álvaro era o chefe da Central de Segurança que cuidava da vigilância e da segurança de alguns prédios na Paulista, então logo cedo resolveu passar no prédio para checar o novo funcionário e assim que chegou o viu emocionado olhando o monitor do elevador estragado e se aproximando disse:
_ O que há com você?
_ Desculpe Senhor e que me emocionei com esse “Reality show” que está sendo apresentado não sei por qual canal nessa TV aqui. E afastando aponta para o monitor, onde Álvaro vê incrédulo os dois jovens abraços dentro do elevador.
_ Desde quando você está vendo isso? Disse ele aproximando-se dos controles.
_ Eu vi durante a noite para não dormir senhor! Disse Antônio.
_ Meu Deus! Quer dizer que eles estão presos desde ontem? Perguntou ele.
_ O senhor também assiste esse programa? Pergunta o vigilante.
_ Meu amigo! Isso é uma teve de monitoramento do elevador três desse prédio que ainda não foi trocada, esses jovens estão presos aqui neste edifício.
_ Como?
_ Você sabe me dizer em que andar eles estão?
_ Não senhor! Pois a câmera não mostra.
_ Meu Deus! O jeito é chamar os bombeiros.
_ O que o senhor está fazendo?
_ Tentando me comunicar com eles no elevador para saber qual o andar em que eles se encontram. Disse Álvaro.
Enquanto isso dentro do elevador os dois permaneciam abraçados desejando que nada estragasse aquele momento mágico quando ecoa uma voz dentro do elevador.
_ O que é isso? Pergunta Ana Alice.
_ Alguém nos viu! Diz Sérgio olhando-a nos olhos e sentindo uma vontade imensa de beijá-la.
_ Que maravilha nos iremos sair... Quando é interrompida pela voz que ecoa no elevador.
E Sérgio se desenlaça dela tristemente.
_ Em que andar vocês estão? Pergunta a voz.
_ No segundo! Grita Sérgio.
Ana Alice se aproxima de Sérgio e pergunta:
_ Não está feliz?
_ Parece que você ficou bem mais? Talvez vá até ver aquele seu amor?
_ KKK! Não me diga que já se esqueceu do compromisso que fez de se encontrar comigo para nos conhecermos melhor?
_ Você está falando sério?
_ Mas é claro! Não sou uma pessoa de enrolação, nem de brincadeiras. Disse ela sorrindo.
_ Eu achei que você...
_ Quando me conhecer não terá duvidas, mas até lá leva um tempo. Disse ela olhando diretamente em seus olhos e sorrindo.
Os dois estavam encostados em baixo da câmera onde não podiam ser vistos, um de frente pro outro.
A voz ecoou novamente e disse:
_ Meus jovens nós estamos com dificuldades para encontrar o pessoal responsável pela obra do 2º andar, pois eles estão com a chave do andar e os outros elevadores foram programados para pularem esse andar, e não há como retira-los do elevador pelo alçapão do teto, porque este é muito estreito. Assim que conseguirmos a chave abriremos a porta, até lá nós desceremos pelo alçapão alimentos e cobertores para que possam ficar aquecidos até o socorro chegar, certo?
Sérgio ficou diante da câmera e levantou o dedo em sinal de ok.
_ Estamos sendo vigiados. Disse Sérgio olhando Ana Alice.
_ É! Mais quem disse para você que estávamos sós?
_ Lá vem você de novo falando de Deus! Disse ele olhando nos olhos dela e sentindo uma emoção indescritível.
_ Ele existe e está presente sempre, eu vim de tão longe lá do interior desse país, vim buscar um casaco porque um boy faltou, entrei num elevador estragado com um jovem, que tinha uma cesta com tudo que precisávamos e agora que nossas necessidades eram outras fomos vistos e seremos atendidos, mas no tempo em que nos encontramos aqui sentimentos se movimentaram em nossos corações, e agora falando apenas por mim: sinto algo novo que acho que jamais senti e gostaria de saber o que é, de verdade? Por tudo isso sei que Deus sempre esteve aqui cuidando de nós, apesar de nossos protestos.
Sérgio olhava-a maravilhado, pois ela não estava fazendo um jogo, fingindo ou brincando estava ali expondo seus sentimentos sem medo, ela era tão diferente dele, tinha coragem, confiança e algo que brilhava em seus olhos, mas ele não conseguia precisar o que era.
Continua...