Tipologia textual
Em uma cultura letrada, onde a palavra escrita impera de forma decisiva na formação crítico-reflexiva do ser humano, o processo comunicativo se dá mediante a transmissão da mensagem por meio do texto. Por texto (do latim “textus”, “tecido”), entende-se uma unidade linguística, dotada de sentido e que cumpre sua função comunicativa. Esta mesma unidade transita pelos âmbitos sociais possuindo características distintas, o que faz emergir uma classificação quanto às suas especificidades: a tipologia textual.
Basicamente, existem três categorias textuais, que são as mais trabalhadas no ensino de Língua Portuguesa: a narração, a descrição e a dissertação.
Por narração, entende-se a modalidade textual onde se relata fatos, reais ou fictícios, em espaço e tempo determinados, envolvendo diferentes personagens. Como o principal material é a ação, o tempo verbal utilizado é o passado. Primeiro, a história deve acontecer (no mundo físico ou na mente do escritor), depois será transcrita no papel, de acordo com a óptica de seu narrador. Na verdade, a própria vida humana é uma grande narrativa. Desde o nascimento até a finitude do corpo, vivem-se fatos, em momentos e lugares específicos, que envolvem certas pessoas que se encontra. Narrar está presente desde os primórdios da humanidade: nas pinturas rupestres, os primeiros hominídeos retratavam cenas do cotidiano, suas crenças e sentimentos. Ainda hoje, o homem escreve sua história no grande livro da vida da humanidade.
A descrição caracteriza um texto, em que se faz um retrato, por meio de palavras, de uma pessoa, animal, lugar ou objeto. Uma fotografia linguística. A classe gramatical a ser utilizada é o adjetivo, por sua função caracterizadora. Também, é comum a presença de frases nominais. O que interessa é ilustrar, verbalmente, a imagem do objeto descrito.
Por fim, tem-se a dissertação, comumente chamada de “redação”. Dissertar implica defender um ponto de vista, por meio da argumentação. Em busca da eficiência dessa tarefa, usa-se a persuasão como forma de convencer o leitor a aderir à opinião ali presente. Com relação à sua estrutura, a dissertação possui as seguintes partes: introdução (apresentação do tema abordado o ponto de vista defendido; se possível, expõem-se os argumentos favoráveis ao mesmo), desenvolvimento (aprofundamento da argumentação; selecionam-se fatos, reflexões de pensadores, que reafirmem a tese defendida. Geralmente, cada argumento é discorrido num único parágrafo e três argumentos são suficientes) e conclusão (arremate do texto, onde se encerra as ideias apresentadas. É comum se fazer uma reflexão final que retome o pensamento exposto e deixe o leitor refletir).
A partir do que foi transcorrido, entende-se que a tipologia textual está presente e atuante na vida do indivíduo, quer como forma de se contar histórias, quer como retrato verbal do objeto descrito, quer como afirmação de um modo de pensar, construindo uma consciência critica e cidadã.