O preconceito da elite nu nosso falá
O preconceito recai fortemente naqueles que não falam o português padrão e elitista do nosso país. Tentaram durante séculos purificar, europeizar nosso vocabulário de tal forma a ponto de discriminarem palavras derivadas do vocabulário africano e de nativos americanos. Tudo que fuja do palavreado padrão se torna uma aberração, coisa de analfabeto e burro. Eles tomam para si o ”português”, o dão a seus filhos, e se esforçam para excluir as classes populares do conhecimento deste. Dominando a forma culta do falar, a elite pode, tranqüilamente avançar em direção aos falantes populares com toda força, para oprimir e acabar com sua autoestima e com isso mantê-los no silêncio social. Insurjamos amigos! Pensemos em nossos antepassados que contribuíram fortemente com nosso vocabulário pátrio. Palavras como angu, caçamba, guri, moleque, quitute, xingar, e etc. são vestígios de nossa origem africana e indígena. A perseguição ao falar popular não é de hoje, caminha pela história desde nossa invasão. Na tentativa frustrada de aniquilarem certas palavras afro de nosso vocabulário, utilizaram-se de práticas escusas, dando conotação negativa a elas. Um exemplo é a palavra moleque de origem quimbunda que significava singelamente “menino” e que hoje dá-se a ela significado de “menino travesso”, “menino de rua”. A marginalização de palavras e falares é uma das muitas práticas utilizada pela elite para exercer domínio sobre as classes populares.