Psicologia - Ciência e senso comum *

BOCK, Ana Mercês Bahia e outros. Psicologias: Uma introdução ao estudo de psicologia (Capítulo I). - 13 ed. reformada e ampliada - São Paulo: Saraiva, 2002.

- Cotidiano e conhecimento científico

Há uma estreita relação entre cotidiano e conhecimento científico. Essa relação existe pelo motivo que o conhecimento científico tem como objeto de estudo o real e o real faz parte do cotidiano [ conhecimento cotidiano ]. Porém, os dois são baseados em conhecimentos distintos.

Exemplo de uso cotidiano do conhecimento científico: O atravessar da rua com os carros em movimento. O tempo em que o café ficará quente na garrafa.

- Senso comum

É todo aquele conhecimento acumulado durante uma vida. É o conhecimento empírico que é passado de geração a geração.

Exemplo: chá de boldo.

- Visão de mundo

A visão de mundo é produzida pelo senso comum e este, mesmo com sua forma precária - que é a forma da visão de mundo - , faz parte do conhecimento humano. A visão de mundo é determinada pelo lugar onde o sujeito está inserido na sociedade, pela sua posição histórica-social-ideológica.

- Apropriação da Psicologia pelo senso comum

Há muitos conhecimentos da Psicologia apropriados pelo senso comum. Podemos citar como exemplo de apropriação: 'rapaz complexado; 'menina histérica'; 'ficar neurótico'. Mesmo sem sabermos definir cientificamente os termos citados, não deixamos de ser entendidos, pois estas palavras já tem seu significado no 'senso comum'.

- Domínios do conhecimento humano

Arte, religião, ciência e senso comum são domínios do conhecimento humano.

A arte abrange toda a sensibilidade do homem impressa no mundo através das artes plásticas, seja pintura, desenho, literatura, música, etc...

A religião abrange o conjunto de pensamentos sobre a origem do homem, seus mistérios e princípios morais.

A filosofia preocupa-se com a origem e o significado da existência humana.

A ciência compõe-se do conjunto de conhecimento sobre os fatos, os aspectos da realidade [objeto de estudo da ciência ] e é expressa por meio de uma linguagem precisa e rigorosa.

O senso comum abrange o conhecimento [ não-científico ] de tudo aquilo que aprendemos e apreendemos ao longo da vida.

- Características atribuídas ao conhecimento científico

Objeto específico

Linguagem rigorosa

Métodos e técnicas específicas

Processo cumulativo do conhecimento

Objetividade

- Diferença entre senso comum e conhecimento científico

Enquanto o senso comum baseia-se no conhecimento acumulado ao longo da vida, o conhecimento científico é experimentado, provado de forma científica, não apenas vivido.

- Possíveis objetos da Psicologia

O homem em todas as suas expressões visíveis [ de comportamento ], invisíveis [ nossos sentimentos ], singulares [ porque somos assim ], genéricas [ porque somos todos assim ]. Enfim, é o homem-corpo, homem-pensamento, homem-afeto, homem-ação e tudo o que está inserido no termo subjetividade.

- Diversidade dos objetos de estudo na Psicologia

Os motivos responsáveis pelos vários objetos da Psicologia podem ser explicados pelo fato deste campo ter-se constituído como área do conhecimento científico só muito recentemente [ fins do século 19 ], apesar de existir a Filosofia enquanto preocupação humana.

Um outro motivo que pode ser citado é que sendo o 'homem' o objeto da Psicologia, o pesquisador confunde-se com o objeto pesquisado. Portanto, a concepção de 'homem' que o pesquisador traz consigo

[ confunde ] contamina a sua pesquisa em Psicologia. Isso ocorre principalmente porque há várias concepções de 'homem' entre os cientistas.

- Matéria-prima da Psicologia

O homem em todas as suas expressões e tudo o que está sintetizado no termo 'subjetividade'.

- Subjetividade

Síntese singular e individual que cada um de nós constrói conforme vai vivenciando as experiências da vida social e cultural. É construída internamente a partir dos estímulos e vivências externas. Enfim, a subjetividade é a maneira de sentir, amar, pensar, fantasiar, sonhar e fazer de cada um.

- Porque a subjetividade não é inata?

A subjetividade não é inata porque ela precisa da vivência do mundo externo para ser construída. E essa construção é feita aos poucos, Enquanto o indivíduo modifica o mundo exterior constrói sua subjetividade [em seu interior ]. Portanto não poderia ser inata ao homem.

- Práticas místicas - Podem ser comprovadas cientificamente?

Elas não podem ser comprovadas cientificamente porque tem como objeto a alma do indivíduo e não o 'homem' em sua totalidade.

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* Caberia melhor em resumos, mas aqui não há esta opção. Portanto optei por 'redações', porque não deixa de ser uma redação sobre o assunto.