A LEDORA DE CARTAS

Dona Belina vivia em um vilarejo onde tudo respirava simplicidade.

Ali era rainha, pois, das cartas se dizia eximia leitora e tradutora.

Lugar de gente muito credula, a admiracao que tinham por Dona Belina, beirava a um misto de medo e respeito.

Yolanda moca bonita do lugar, foi pela decima vez, saber de seu destino atraves das cartas de Belina.

E la estava tracado sua vida, a leitura apontou que Yolanda nao seria feliz com Bento seu noivo de muito tempo.

Ela muito chorou de temor, mas nao resistiu e casou.

E dito e feito, a relacao era puro desamor, Bento nunca carinho lhe doou.

Antonio, farmaceutico do bairro, tentou, mas nao conseguiu ficar sem saber de seu futuro.

Avisou entao dona Belina, que as cartas contavam que ele ficaria famoso, por uma pomada que faria em seu pequeno laboratorio.

Animado se dedicou com afinco, e conseguiu patentear uma pomada, que lhe rendeu alguns recursos.

Dona Odete, aos poderes de Belina recorreu, para saber se daria um filho ao marido.

A resposta veio com as cartas, que Odete engravidasse, pois com certeza um menino nasceria.

E assim sucedeu, depois de nove meses, o desejado Joao nasceu.

Assim, de caso em caso, ia a famosa vidente avisando a todos moradores do lugar, como seria o futuro de cada um.

Somente esqueceu de ver o que as cartas lhe destinavam.

E o marido Pepe depois de muitos anos de casamento, um belo dia desapareceu.

Nada Belina conseguiu ver em suas famosas cartas, que lhe respondesse, sobre o paradeiro do companheiro.

Um belo dia a resposta veio atraves de um vizinho, que ate um bairro um pouco afastado havia ido, em busca de comprar o que ali nao tinha.

E por acaso, encontrou na rua, com Pepe, acompanhado de linda jovem, que agora era sua nova mulher.

Voltou com a noticia, e Dona Belina, quase infartou de raiva, afinal de nada desconfiou.

Questionada pelos conhecidos e fregueses, de como as cartas para ela nada haviam informado.

Dona Belina muito envergonhada, nada pode responder.

Semana seguinte, sua pequena casa abandonou, e ninguem daquele Vilarejo, nunca mais soube do paradeiro da Ledora de cartas.

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Lenapena
Enviado por Lenapena em 02/04/2010
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