Este Rio é minha Rua – Sobre Águas, preservação e afins.
Este Rio é minha Rua – Sobre Águas, preservação e afins.
“Este Rio é minha rua, minha e tua Mururé, piso no peito da lua, deito no chão da maré...” Pau-lo André e Rui Barata,quando compuseram essa obra,entoada pela diva Fafá de Belém, traduziram em exato a vida cotidiana dos ribeirinhos daqui.
Somos mais águas do que terras, e o povo desse entorno navegável é assim:
Quando quer ver se o vizinho está em casa, vai na “beira” e vê se na frente da casa amarrado está o bote, o “Popopô”, o “casco”. Crianças vão e vem pelos Rios nas suas rotinas escolares, mães e be-bês sobem e descem os rios para consultas médicas, pra ir às compras, para tudo enfim. As campa-nhas de vacinação pelas mãos dos homens e mulheres da Saúde, costuram braços e braços de Rios, seguem vacinando, cuidando, orientando. Vida entrecorta de águas, “naveganças”.
As vias das ÁGUAS são imensas e proporcionais ao quanto ela precisa ser cuidada, por aqui e pelo mundo. Infeliz e ironicamente estamos entre os lugares com baixos índices no que refere a qualida-de da Água própria para o consumo.
Esses mesmos RIOS-RUAS estão poluídos, e vivemos um desperdício ainda sem controle.
Temos volume de águas e não temos qualidade. Temos quantidade e não temos consciência de que o mau uso pode gerar a falta. Povo e governantes precisam agir. Urgentemente.
Este ano a campanha da ONU para o Dia Mundial da Água foi direcionada para a melhoria da qua-lidade da mesma. Por uma água mais saudável, e conseqüentemente um mundo mais saudável. Nes-te amplo aspecto, inclui-se a melhor e maior higiene da população,com seus ambientes,com a cida-de, coma suas próprias vidas.Significa maior e mais abrangente sistemas de Esgotos,mais estações de tratamento de águas.Menos poluição nos mananciais,e consequentemente menos doenças e mor-tes.
Nas pesquisas da ONU as mortes ocasionadas por enfermidades oriundas da má qualidade da água consumida matam mais que guerras e/ou conflitos armados. E para o Secretário Geral da organiza-ção Ban Ki-moon tal situação representa um FRACASSO MORAL PRAGMÁTICO INACEITÁ-VEL para a Comunidade Internacional.
O debate na Assembléia Geral das Nações Unidas foi um preparo para o A Cúpula dos ODM (Ob-jetivos do Milênio) que acontecerá entre os dias 20 e 22 de setembro. Quando se tratar dos ODM, “falar de água” será inevitável.
Ironias e descasos a parte, tomar /beber água potável de boa qualidade é algo cada dia mais raro, em especial nos países subdesenvolvidos, ou mesmo em desenvolvimento é quase um luxo e uma inco-erência sem tamanho vez ser a água um bem advindo da natureza, em abundância no planeta.
No Brasil dispomos de um privilégio: Está em nosso território 17% da Água Doce superficial e aproximadamente 80% do Aquífero Guarani, a maior reserva subterrânea do mundo localiza-se no nosso país.
As pesquisas junto aos especialistas no assunto apontam à falta de esgotos como uma das maiores razões para a má qualidade da água própria ao consumo e para a escassez os gastos com agropecuá-ria, o crescimento populacional além das antigas questões culturais que incentivam o exaurir sem controle, carecendo de políticas que orientem e esclareçam sobre as implicações futuras vindas do uso desordenado e meios, práticas para economizar, reduzir o desperdício do precioso bem.
Algumas Instituições, ONG’S e Estados criaram a “Semana da Água” envolvendo amplas progra-mações com um só foco: A preservação dos recursos hídricos, com menção especial para o tema da ONU: “Água limpa para um mundo Saudável”.
Reproduzo aqui para profunda reflexão, a DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DA ÁGUA, documento produzido em 22 de março de 1992 pela ONU.
Declaração Universal dos Direitos da Água
Art. 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.
Art. 2º - A água é a seiva do nosso planeta.Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem.
Art. 3º - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são len-tos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com ra-cionalidade, precaução e parcimônia.
Art. 4º - O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da á-gua e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.
Art. 5º - A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, so-bretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma neces-sidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.
Art. 6º - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econô-mico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.
Art. 7º - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.
Art. 8º - A utilização da água implica no respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.
Art. 9º - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua prote-ção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.
Art. 10º - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.
Saiba mais sobre Águas do Brasil no blog:
http://sosriosdobrasil.blogspot.com/2010/03/semana-da-agua-2010-sosriosbr-eventos.html
Água, cuidando, não faltará!