“MINHA ANALISE DO LIVRO O PEQUENO PRÍNCIPE DE ANTOINE DE SAINT EXUPÉRY”

Há uns precisamente, 26 anos atrás li o livro “O Pequeno príncipe” de Antoine de Saint Exupéry, achei um livro emotivo, como a própria crítica diz é um livro que fala em parábolas, na época algumas lágrimas teimou em cair na minha face, na realidade nem sei por que eu chorara. Entendi que o livro falava de amizade duradoura e mostrava o quanto os adultos são desatentos às coisas do coração, entendi que o livro era uma lição para pessoas que só pensam em trabalho deixando para trás o que realmente interessa na vida, mas confesso que o que eu tinha entendido sobre o conteúdo do livro era pouquíssimo.

Hoje depois de todo esse tempo achei o meu “O Pequeno príncipe”, guardado em alguma gaveta, já meio amarelado pela ação do tempo, resolvi lê-lo outra vez, qual não foi a minha surpresa, ele me parece tão atual, como se tivesse sido escrito ontem, aliás, os escritos desta obra me pareceram mais adequados para o período atual, o qual estamos vivendo.

Na atualidade presenciamos acontecimentos efêmeros e amizades do mesmo teor, principalmente numa era globalizada onde o uso da internet favorece coisas passageiras, hoje você é amigo virtual de alguém e na semana seguinte você é deletado como se fosse algo descartável. E assim onde fica o “cativar” tão falado no livro “O Pequeno príncipe”, confesso que há 26 anos o sentido da palavra “cativar” não tinha ficado claro para mim, é possível que o furor da juventude tenha embotado o meu intelecto ou como “o essencial é invisível para os olhos”, meu coração não tenha absorvido o que significava isso.

“O que quer dizer cativar”? Perguntou o principezinho... Ao que a raposa respondeu: “criar laços”... É aí que atualmente vemos as amizades efêmeras, nada duradouras, se você faz um cursinho de dois meses, por exemplo, as amizades muitas vezes interesseiras, duram apenas àquele tempo, nada se estende nada é para sempre, aliás, “para sempre” denota um tempo muito longo no corre - corre da atualidade.

Enquanto não se cativa o amigo aquela pessoa é apenas mais uma pessoa, no meio de milhões de outras pessoas e a partir do momento que você cria laços, que você perde tempo com aquela pessoa, cuidando, compartilhando momentos, dividindo coisas, “tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”.

Fazendo uma análise, talvez deva ser por isso que eu não goste de MSN, acredito que na atualidade todos devam fazer uso desta ferramenta da modernidade, ela é bastante útil no momento de dar um recado, resolver um problema ou matar as saudades de pessoas queridas ausentes, por todos estes predicados que a ferramenta apresenta, posso dizer que sou a favor da mesma, entretanto não faço uso em larga escala, não acredito em amizades feitas através de MSN, não são duradouras e as pessoas acham que somos objetos a mercê das vontades deles, usam a ferramenta para nos manipular.

É muito fácil do outro da linha em um computador você dizer coisas maravilhosas aos outros, é muito fácil você dizer justamente o que o outro quer ouvir, você tem a atenção daquela pessoa somente para você, aquela pessoa está vulnerável, com as atenções voltadas para você e então se torna facílimo a manipulação, entretanto no cara – a – cara da vida, ou seja, na vida real é muito difícil você encarar, cativar ou similares.

Esta obra é profunda, muito interessante, eu poderia continuar a minha análise e escrever laudas a fio, emprestei o livro para minha filha de quatorze anos, temo somente que ela ache chato e enfadonho, na atualidade tudo é a mídia e a massificação, parece que estas adolescentes estão sendo produzidas em série, tudo nelas se parece... O humor, o penteado, a linguagem, as amizades... Coitadas, acham que sabem tudo da vida... E chegarão à idade adulta vivendo a vida através da tela de um computador... Sendo manipuladas... Será que saberão o que quer dizer efêmero?

“A gente só conhece bem as coisas que cativou” e “só se vê bem com o coração”, pois “todas as pessoas grandes foram um dia crianças. Mas poucas se lembram disso” (Trechos do “O Pequeno príncipe” de Antoine de Saint Exupéry)

Patrícia P Ventura
Enviado por Patrícia P Ventura em 22/02/2010
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