Uma escola diferente através da música
Não há quem não goste de ouvir uma boa música, seja ela de qual estilo for. Pode ser clássica, romântica, sertaneja, axé, rock, funk, pagode... não importa. Cada pessoa tem o seu ritmo preferido, mas todos gostam de algum tipo de música.
Se os adultos, num momento de estresse ou de alegria, gostam de ouvir música, imagine as crianças. Música é a forma universal de se comunicar. A “língua musical” não muda em nenhum lugar do mundo.
Sabendo que o público infantil deve ser constantemente estimulado, os professores têm esta ferramenta imbatível para o desenvolvimento de suas aulas, principalmente na Educação Infantil.
É muito mais fácil, para qualquer pessoa e inclusive para as crianças, aprender a cantar uma música do que decorar textos e matérias em que se tenha que ler ininterruptamente. Isto cansa, e é necessário muito incentivo para continuar e terminar. Já a música, por si só, é um convite à brincadeira, ao prazer.
Já existem no mercado vários tipos de músicas voltadas para as crianças. É preciso analisá-las para conferir se aquele tipo de música vai servir para aquele determinado momento em que será utilizada e não apenas usar a música como “tapa-buracos” em sala de aula.
Geralmente os professores utilizam as músicas para momentos específicos em sala: entrada dos alunos, lanche, saída e visita de alguém à sala (principalmente da coordenadora e da diretora). Mas a música não deve ser utilizada apenas nestas ocasiões. A professora pode cantar com os alunos para lançar um conteúdo novo, fazer revisões, avaliar o aprendizado dos alunos em determinadas matérias, estimular bons hábitos, socializar os alunos, envolvê-los no trabalho com música acaba gerando um ambiente de alegria e descontração, principalmente na Educação Infantil.
A utilização da música leva ao lúdico, ao ato de brincar. Brincar, por si só, já é uma atividade natural da criança. Aprender brincando é um ato tão prazeroso que o aluno acaba querendo ir para a escola cada dia com mais intensidade, e atualmente, na sociedade em que estamos vivendo, onde o sonho de consumo de nossos meninos é ser “jogador de futebol” e de nossas meninas é se tornar uma “mulher-fruta”, a educação acaba ficando de lado nos planos dos educandos. Como se o corpo perfeito fosse durar para sempre e a educação fosse descartável. É preciso que os educandos tenham mesmo vontade de estudar. Este estímulo precisa começar a ser implantado enquanto criança. O aluno precisa compreender o quanto a educação é importante em sua vida, mas gostar de uma aula em que todos os alunos tenham que ficar o tempo todo em silêncio, sem conversar nem por um minuto, sem estímulo algum... nem os adultos aguentam.
Existe a formação para o educador musical, mas na educação Infantil, o professor tem tantos recursos à sua disposição que não é necessário ser um especialista para agradar aos pequeninos. É preciso selecionar o que se vai ouvir em sala, em que momentos isto será possível e se a música está de acordo com a faixa etária dos alunos. Tendo esses cuidados mínimos, a aula ficará muito mais interessante, sem precisar de grandes recursos materiais, que é um grande problema da educação brasileira atualmente, tanto no setor público quanto no privado.
Além de levar a música para a sala de aula, proporcionar à criança um momento para que ele possa criar suas próprias brincadeiras, suas próprias músicas, renderá muito material produtivo. O aluno se sentirá valorizado por poder criar algo, e o professor, com certeza, se surpreenderá com a capacidade criativa dos seus alunos de Educação Infantil. Não só criar músicas, mas peças de teatro e outras brincadeiras. O próprio aluno se encarrega de produzir isto. Crianças têm uma imaginação livre, é só dar a liberdade necessária e ela utilizará a favor da sua própria educação.
As brincadeiras infantis preparam as crianças para o futuro que em breve chegará para elas. Brincar de carrinho, de casinha, de mamãe e filhinho, de professor, de médico... é um estímulo para que as crianças comecem a pensar em seu futuro. De uma maneira lúdica e descompromissada.
O professor não deve ser aquela pessoa carrancuda de épocas atrás. O professor, hoje em dia, precisa utilizar de todos os meios possíveis – e em alguns casos, impossíveis, de acordo com a escola em que trabalha – para surpreender e seduzir o aluno de modo que o educando se apaixone pela sua escola. A música é um bom começo.