Um progresso regressivo

Dois mil anos se passaram, e a inteligência humana vem dando saltos na história, realizando acontecimentos formidáveis; já chegou à Lua, clonou um ser vivo, encontrou a cura para doenças, antes desconhecidas. Entretanto, o homem não consegue resolver problemas, ao mesmo tempo, sérios e simples, que afligem a maioria das pessoas, como a violência urbana, que subestima a segurança pública a incidência de desemprego, que assusta os jovens e o preconceito sexual, com sua mesquinhez.

Em muitos países, principalmente no Brasil, as ruas se transformam em verdadeiros palcos de guerra. De um lado, tropas militares e policiais bem armados; do outro, facções criminosas e traficantes suburbanos. No meio disso tudo está o povo, que tenta se proteger como pode e acaba por tornar-se alvo fácil de balas perdidas, como é visto todos os dias na tv: policiais mortos, moradores feridos, jovens (como a estudante Priscila) paraplégicos.

O desemprego, existente em nações ricas e pobres, é uma agravante social à juventude estudantil. O jovem que estuda já planeja seu futuro no mercado de trabalho, cada vez mais exigente e competitivo. Aos excluídos, resta vagar pelas ruas a pedir esmolas ou recolher do lixo alimentos e materiais recicláveis e, quem sabe, conseguir trabalho temporário, vivendo com um salário mínimo. Dignidade para uns, alerta para outros. A exclusão social é um problema que, de fato, deve ser solucionado.

Não obstante, o preconceito para com os homossexuais, em geral, não é levado a sério pela sociedade. Na verdade, ela tapa os olhos para os direitos de opção sexual e condena essas “aberrações da natureza”, a seu modo de ver. Mas os homossexuais possuem, hoje, fortes organizações em inúmeros países. Conseguiram a aprovação de leis que combatem preconceitos e consagram novos direitos. Na Brasil, racismo é crime. Por que a discriminação sexual também não? Todo ser humano deve ser avaliado pelos seus méritos pessoais e não por outros fatores. Uma sociedade discriminadora não tem um futuro promissor e nem oferece um ambiente sadio para se viver.

Está mais que na hora de a humanidade parar e enxergar a si própria. Isto, com certeza, não vai dar fim às patologias sociais que assolam a existência humana, mas, se rever seus conceito, talvez possa continuar trilhando seu caminho rumo ao progresso. Sem problemas a resolver, claro! Já bastam os de Matemática.

Saulo Sozza
Enviado por Saulo Sozza em 01/01/2010
Código do texto: T2006014
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.