Simetria Ética
O ser humano, desde a existência de sua civilização, sempre foi
regido por valores que, na sua concepção de indivíduo social, demarcam a
simetria do certo e do errado.
Com o passar do tempo e com as modificações históricas, o homem foi
remodelando sua maneira de pensar e agir frente ao semelhante. O avanço
tecnológico, além de revolucionar as sociedades, também aproximou povos
e suas diferentes culturas dando ao homem a possibilidade do experimento
de novas formas de vivência.
Os valores éticos de tempos atrás, certamente são os mesmos dos
atuais, no que se refere ao indivíduo e sua sociedade, ou seja, os seus
direitos e deveres. Obviamente, tais valores foram afetados com o
aprofundamento da divisão de classes, capitalismo, onde o sentido da
palavra "valor" desvinculou-se do ser humano e alinhou-se aos bens
materiais.
O indivíduo parece voltar aos tempos da "escravidão", onde quem
detêm o maior capital tornou-se o senhor e quem possui apenas a mão de
obra é o escravo. A dignidade humana é comercializada sem pudor,
incisando a ética e fragmentando-a em estética.
Não é correto afirmar que estamos nos tornando seres completamente
antiéticos, mas devemos nos alertar para isso. A ética do medo, uma
pseudo racionalização dos problemas sociais é uma grande vilã dos
valores éticos, isto é, não jogo lixo nas ruas porquê pode causar
enchentes, ou ainda, não mato porque posso ser preso e condenado.
Devemos fazer o que é certo porque é bom, não só para mim, mas para a
sociedade como um todo. Logicamente, isso implica também na mudança do
posto de telespectador da desordem, para o posto de agente transformador
da realidade, rumo a uma nação, de fato humana, logo, ética.
Maximiniano J. M. da Silva - 06 de Dezembro de 2009
OBS: redação do ENEM 2009 ("o indivíduo frente a ética nacional")