Mania Infantil

Quando eu era criança, houve um tempo em que pegava dinheiro dos meus pais sem pedir permissão. Entretanto, quando eles percebiam, logo as suspeitas recaíam sobre mim. Não fazia nada vergonhoso ou grave com a quantia contraída. Apenas comprava bombons, bolachas e outras guloseimas das quais a criançada gosta.

Meu pai facilitava muito as coisas para mim. Ele sempre deixa o dinheiro nos bolsos das calças, que ficavam na porta do banheiro. Dessa forma, eu já sabia onde encontrar o que queria. A minha mãe também teve sua contribuição. Ela dizia que não havia objetos com um só dono na nossa casa, pelo contrário, tudo era nosso, da família como um todo.

Durante as férias, eu e mais três primos fomos passar o dia juntos na casa de praia do meu tio. Fiquei na piscina o dia todo, e cheguei em casa muito cansada, logo dormi. No dia seguinte, quando acordei, minha mãe já veio quase que de imediato perguntar onde estava o dinheiro do tio André. Ela me disse que estava muito decepcionada com a minha atitude e que eu estava de castigo.

No início, não entendi o que estava acontecendo, mas, depois que fui acusada com todas as letras, compreendi a causa de tantos sermões. Tentei explicar-me, entretanto, como eu normalmente pegava o dinheiro dos meus pais, não acreditaram nas minhas explicações dadas. Depois disso, parei com essa mania infantil. E, apesar de eu não ter cometido esse delito, fui condenada, e até hoje meus pais ainda me culpam por algo que não fiz.