Saída fechada

À beira do abismo

Chamo-te e imploro

Que me empurre logo

Para o fundo do poço

Da morte e da vida

Que me toma tudo

Que me tira tudo

E me deixa nu

Vestido com a alma

Que a vida me deu

Arrancando-me pele

Raspando o facão

Em meu corpo desnudo

Cortado a machado

Cortado o tesão

Que ainda restava

E que era você,

A fértil semente

Da vida que é vida

Da vida que é amor.

(06 de agosto de 1989).

Valdeck Almeida de Jesus
Enviado por Valdeck Almeida de Jesus em 04/11/2009
Reeditado em 06/02/2011
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