O preço do Amor

“O verdadeiro amor é invisível a olho nu.”

Casanova

Fala-se do amor à pátria, a ideais como a justiça, a atividades como o trabalho, às pessoas de nossas relações como filhos, pais ou amantes. No mundo contemporâneo o amor e as fortes relações estão sendo substituídos pelo desejo de posse do dinheiro. Para muitas pessoas, atingir um bom status é mais importante do que alcançar a plenitude do amor.

Os casamentos por obrigação sempre existiram, mas o que ocorre agora é uma inversão de valores, uma vez que homens e mulheres trocam sua felicidade pela fama ou por uma conta bancária recheada. Isso é um grande equívoco porque o dinheiro não compra realização pessoal e tanto a fama como a fortuna são fugazes.

No entanto, não só as relações entre duas pessoas (na clássica relação amorosa) se acham empobrecidas. O afrouxamento dos laços familiares lança as pessoas num mundo onde elas contam apenas consigo mesmas. Além disso, a sociedade capitalista estimula a competição e o individualismo. Os contatos se tornam superficiais já que as convenções e os interesses estabelecem relações impessoais e impedem o autêntico encontro amoroso.

É bom ter dinheiro e ser independente, resta-nos avaliar se o sacrifício do amor vale esse preço. Edgar Morin questiona: “será mesmo necessário renunciar aos laços de amizade e amor?”. O amor maduro é livre e generoso, fundamentando-se na reciprocidade, não na exploração: o outro não é alguém de quem nos servimos.

Amor significa anseio pela totalidade do ser, representando um processo de aperfeiçoamento dos envolvidos na relação amorosa. Assim, o exercício do amor é conquista da maturidade, tarefa que não é fácil, uma vez que está sujeita a frustrações. Porém, não há felicidade sem risco de sofrimento.

Escrito em 21/06/06.

Joyce Amorim
Enviado por Joyce Amorim em 28/06/2006
Reeditado em 08/01/2008
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