(homenagem a Genival Lacerda)

O nordestino sofre

O nordestino chora

Passa necessidade

Não se aguenta e vai embora

Vai para São Paulo

Ou se muda para o Rio

Vai cantar na praça

Vai vender bacio

Pra ganhar a vida

Que tanto lhe humilha

Que lhe pisa e cospe

A querer mostrar

Que o nosso irmão

De sangue e raça

É só um paspalhão.

Mas tudo é inútil

Pra lhe derrubar

Ele vinga e cresce

Aprende a falar

A falar a língua

Do povo de lá.

Vira cantor famoso

Vira ídolo gostoso

Vira capa de jornal

Tem a foto na Playboy

É aclamado herói

Ganha um grande palco

E calorosos aplausos,

Humilham-se diante dele

Pedindo-lhe autógrafo, atenção

E um aperto de mão...

(23 de junho de 1989).

Valdeck Almeida de Jesus
Enviado por Valdeck Almeida de Jesus em 23/09/2009
Reeditado em 06/02/2011
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