A oficina da desinformação
Durante os primeiros anos do século XXI muito vem sendo discutido a respeito das medidas necessárias para se criar leitores que encontrem nos livros uma fonte de prazer e emoção. É valido admitir que a crescente propagação da internet como fonte de pesquisa e acesso a informação favoreceu para a considerável queda do interesse literário. Por isso, é preciso compreender que para recriar um modelo fundamental de leitores são necessárias ações políticas, culturais e comportamentais.
Nesse âmbito, é imprescindível destacar que a própria falta de leitores impede do ramo prosperar. Na era da informatização, o desaparecimento do público e a deficiência de políticas locais e nacionais de incentivo à leitura formam uma barreira intransponível. Tornam-se essenciais melhores políticas distributivas de livros, como o aumento do numero de bibliotecas, permitindo o acesso homogêneo de toda a população.
No entanto, exigem-se nas escolas longas e cansativas leituras obrigatórias de alunos com baixa carga literária. Um obstáculo criou-se pela própria cultura, fornecedora de hábitos de consumo atrativos em contraste com os pesados livros de paginas amareladas. É fundamental compreendermos que a leitura torna-se um hábito a partir de quando nos faz rir, chorar e refletir, permitindo-nos estender nossa visão de mundo para algo único, pessoal.
É preciso ainda observar de que a para muitos os livros são bens de consumo de luxo. Ler tornou-se uma atividade alternativa à televisão, favorecendo assim o encarecimento dos livros. É necessário proporcionar condições para a queda dos preços e reeducar a sociedade para a visão de que o livro é um produto de uso de excelente qualidade.
Fica perceptível, portanto, de que a difusão e absorção do hábito da leitura prevalecem como interesse geral. Permanecer no atual quadro daria margem à crescente miséria intelectual da sociedade. Por isso, ficamos a saber se os brasileiros se embelecerão através da falsa verdade do conhecimento prático ou do inconsciente gozo da leitura.