Infância com os dias contados

Com o avanço tecnológico e as mudanças sociais onde as melhores passram a desenvolver atividades antes só desempenhadas pelo sexo masculino, os pais se tornaram cada vez mais ausentes da vida de seus filhos, por conta dos trabalho, da carreira e da necessidade de comporuma renda adequada para sobreviverem em nossa sociedade.

As casas de quintal com árvores e balanços de corda, onde as crianças cresciam felizes correndo, pulando, brincando e transformando qualquer objeto em maravilhosos e criativos brinquedos, foram substiruídos por apartamentos minúsculos, sem espaço para brincar e com atribuições antes delegadas apenas aos adultos, como: cuidar da higiene da casa, da própria alimentação e ir sozinhos para a escola, enquanto as mães e os pais estão fora de casa em busca do sustento familiar.

Na atualidade, os pais estão perdendo cada vez mais a oportunidade de valorizar e acompanhar a infância de seus filhos com tudo o que ela representa.

A maioria das crianças vive em ambiente onde se valoriza muito o trabalho, o dinheiro, as aquisições financeiras, problemas econômicos e a infância é vista mais como uma circunstância pelos adultos, do que uma fase do desenvolvimento importantíssima para compor a estrutura emocional do indivíduo.

Em paralelo a essa mudança comportamental, vêm-se observando que muitas crianças apresentam uma puberdade precoce como aumento dos seios, pêlos, antes da idade prevista para sua ocorrência, tanto nas meninas quanto nos meninos e, em alguns casos, três anos antes do prazo tradicional esperando, sem que a criança esteja emocionalmente preparada para essa mudança, ocasionando problemas com a auto-estima, casos de depressão, agressividade e isolamento. O ambiente familiar contribui, na maioria das vezes, para que isso aconteça.

Sem a valorização adequada, a criança passa a planejar, a almejar crescer rapidamente, para se enquadrar e pode começar a agir como um adulto, a procurar os entretenimentos dos adultos, bem como seus valores e posturar que podem ser confundidas com uma brincadeira no início, ou mesmo que a criança, para ser aceita, amada e valorizada.

Na ânsia de verem seus filhos crescer e terem o sucesso, que muitas vezes eles mesmos não obtiveram, muitos pais os incentivam a assumirem posturas e comportamentos de crianças mais velhas e achar que isso é que a sociedade espera deles, que a criança é esperta e bem resolvida com a sua infância. Essa leitura equivocada invert valores e desqualifica esta fase como o grande contribuinte da formação da personalidade do adulto.

Crescer é um processo que deve ser incentivado e acompanhado por pais e orientadores. Toda criança tem seu tempo, seu ritmo, sua forma particular de viver cada etapa de seu desenvolvimento e cabe a todos respeitarem e, se possível, auxiliarem neste processo, afinal, sem infância teremos poucas referências de quem realmente somos.

Pandaa
Enviado por Pandaa em 07/09/2009
Código do texto: T1797110
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