Homem sem pátria

Tiraram meu saber

Levaram meus bens

Mataram minha história

Assassinaram minha família

Mudaram minha língua

Devastaram minha geografia

Poluíram meus pulmões

Cegaram minha perspectiva

Truncaram meu destino

Cortaram meus laços e

Destruíram minhas raízes

Ensinaram-me a ser outro

Com gosto, língua, sonhos e medos...

Apagaram minha fogueira

Derrubaram minha floresta

E agora, o que me resta?

Ainda sou humano:

Não venderam minha alma ao diabo!

Ainda sonho!

Salvador, 17 de setembro de 2007, às 12:23 hs

Valdeck Almeida de Jesus
Enviado por Valdeck Almeida de Jesus em 27/08/2009
Reeditado em 07/02/2011
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