O QUIETISMO EM MIGUEL DE MOLINOS 

 

O espírito recolhido em pura contemplação,

Silencioso e vazio.

Em completa solidão.

Negando-se a si mesmo

Atinge o nada - que é ermo,

Em perfeita aniquilação.

 

Porém eu, que nada sei,

Necessito que alguém que tenha o conhecimento

Faça-me saber também

Mostrando-me o caminho

Que, mesmo cheio de espinhos,

É o do Amor – o do Bem.

 

E o caminho escondido,

Obscuro, escurecido por minha falta de fé,

Alguém, bem mais entendido

Que eu, mo faz conhecido.

E a astúcia do inimigo que me embaçava os sentidos,

Já não existe. Não é.

 

...

 

E aí, vazia de tudo - do que é e do que não é,

Minha alma estará pronta - purificada na fé,

Para ascender ao divino – a Deus, o uno e trino,

A quem cabe o meu destino.

 

Assim, quieta, me inclino a tudo que Deus quiser.

 

Por: Rosa Ramos Regis da Silva

Parte (introdutória) do Trabalho Monográfico de Final de Curso - Filosofia Licenciatura Plena, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN, Centro de Ciências Humanas Letras e Artes-CCHLA, Departamento de Filosofia-DEFIL, Orientada pelo Professor de Filosofia Medieval: Prof. Dr. Oscar Federico Bauchwitz.