Brincando de ser escritora
Estava eu insistindo em ter ideias brilhantes para um livro, tendo delírios de cozinheira, quando surgiu uma luz fina na calçada.
O que fazer? Minhas histórias são comuns. Nenhuma é sobre coisas jamais vistas. Todas são sobre coisas possíveis.
Os cometas é que fazem coisas acontecerem.
Os profetas é que fazem com que elas sejam desgraças.
E os loucos são os que as tornam verdadeiras.
Um livro se escreve. Completa um pensamento. Encerra um cotidiano. Move um mar de ideias desordenadas no tempo.
E a lua? Quando ve um pasto verde se incendiando, assim como o meu pensamento, derrama um líquido leve e sonolento. E diz ao vento:
Que todos já se decidiram, é novidade. Que todas as horas já passaram por aqui, é verdade. Que nenhum ser completa o próximo, é vaidade.
E aqui estou eu novamente. Brincando de escrever, de repente.