Brincando de ser escritora

Estava eu insistindo em ter ideias brilhantes para um livro, tendo delírios de cozinheira, quando surgiu uma luz fina na calçada.

O que fazer? Minhas histórias são comuns. Nenhuma é sobre coisas jamais vistas. Todas são sobre coisas possíveis.

Os cometas é que fazem coisas acontecerem.

Os profetas é que fazem com que elas sejam desgraças.

E os loucos são os que as tornam verdadeiras.

Um livro se escreve. Completa um pensamento. Encerra um cotidiano. Move um mar de ideias desordenadas no tempo.

E a lua? Quando ve um pasto verde se incendiando, assim como o meu pensamento, derrama um líquido leve e sonolento. E diz ao vento:

Que todos já se decidiram, é novidade. Que todas as horas já passaram por aqui, é verdade. Que nenhum ser completa o próximo, é vaidade.

E aqui estou eu novamente. Brincando de escrever, de repente.

Léia Silva
Enviado por Léia Silva em 12/06/2009
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