Minha Inocência

Tiraram - me de mim

Abruptamente me separaram de minha mãe

Arrancaram de minha face o sorriso de criança

Com a promessa de ser melhor do que antes

Enganaram meu alicerce minha defesa

E jogaram-me a descobrir ser mulher

Sem encanto, sem magia do amor

O esperado encontro de olhares,

Me tiraram a pureza sem mesmo saber o que é

Descobri a dor de ser escravo em um mundo que se diz democrático e justo

Onde estão todos que me deixaram?

Por que fazem isso comigo?

Até a morte eu vi acontecer

Parece que estou morta também

As vezes não sinto nada de tanta dor e ódio

Quero ir para algum lugar?

Mas não sei mais onde vou encontrar - me

Vou fugir daqui? Perdi minha infância

Não quero perder mais, deve haver algo melhor que aqui

Mas fugir como? Voltei na mesma estrada

Só mudei de lugar, tudo igual

Onde estou? Por que ninguém faz nada?

Estão todos contra mim?

Como vou sair daqui ?

To cansada de chorar, brigar, tudo que faço é fugir

Mas acabo voltando pro mesmo lugar

Vou aqui deixa a vida nesta estrada

Ainda nem sei se sou criança ou mulher?

To perdida e sem rumo pra continuar

E a cada parada tudo de novo: “o mesmo sem entender”

Enquanto olho a paisagem que passa pela janela

Sinto a mão estranha que passa pelo meu corpo entre alguns segundos

Deixo a minha inocência me levar e...

Encontrar no abismo de tanto absurdo

... minhas respostas

Obs: Este foi um filme brasileiro que assisti, em que meninas eram compradas no nordeste e vendidas na amazonia pra redes de prostituição e deste filme surgiu esta poesia, me desculpe apenas

por não estar ciente do nome do filme, mas assim que descobrir o colocarei aqui.

lucas verteiro
Enviado por lucas verteiro em 13/05/2009
Código do texto: T1591938
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