1990 - parte do meu livro

"Este texto foi retirado do meu livro... como prometido estou colocando algumas partes para aguçar a curiosidade e ver qual a visão que vocês tem pela minha obra. Não sei aonde ele pode entrar então ousei colocar como redação"

São Paulo, 17 de abril de 1990.

1990 foi o ano de mais sofrimento para mim, três meses atrás perdi meu melhor amigo. Isso me levou a uma desesperança profunda. Não tinha amigos, ele era o único que me entendia em tudo o que fazia. Nem meus pais eram meus amigos. Nesse curto espaço de tempo, comecei a me envolver com drogas.

Para mim naquela época era um modo de me acalmar de todas as raivas e mágoas, era meu alicerce para se sentir bem. Henrique, este era o nome do menino que comecei a andar, tinha uns 18 anos não me lembro muito bem e eu 13. Eu Necessitava de um ombro amigo nesta hora e ele foi o que me acolheu.

Se quiser saber usei de tudo, cocaína, crack, maconha, ecstasy, LSD entre outras. Nunca me dei muito bem com os meus familiares, sempre me criticavam e com esse assunto agora seria um incômodo maior.

Uma vez cheguei em casa com cheiro de cigarro, meu pai logo perguntou onde eu estava. Não respondi. Já sabe muito bem no que resultou? Ele tentou me golpear, mas eu estava tão atordoado, que acabou me fazendo ir para cima dele também. Começou ali naquela sala de estar um pé de guerra entre meu pai e eu. Minha mãe entrava no meio tentando separar, mas não conseguia, apesar de pouca idade era muito forte. Nem sabia de onde vinha tanta força.

O sofrimento nunca foi o alto de toda a minha vida, posso dizer que foi a tortura. Minha vida nunca foi um mar de rosas e normal como de outras. Minha casa era como um centro de concentração, regras atrás de regras, ordens atrás de ordens.

Neste mesmo dia que discuti com pai fui mandado embora de casa. Fui tratado como um lixo por ele e as palavras ainda escuto em sonhos “Seu vagabundo sabia que não é meu filho, você é adotado!”, e continuavam “Sai da minha casa seu filho da puta marginal, não quero um delinquente aqui dentro... Anda saia”.

Como era muito jovem não tinha para onde ir. A pouca idade me fazia sentir medo. Tentei ajuda com Henrique, mas ele me deixou na mão. Não tinha mais com quem pedir ajuda. Minha família não podia contar, não tinha amigos, os visinhos nunca iriam me ajudar. Só restou uma solução: Morar na rua junto com apenas uma companhia, as Drogas.

Well Rianc
Enviado por Well Rianc em 13/05/2009
Reeditado em 13/05/2009
Código do texto: T1591634
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