O ar da lucidez
Cigarro. Álcool. Cocaína. Dentre as diversas formas de dopagem, estas são as mais temidas e perigosas. O tabaco e o álcool são consumidos perante a lei. Já a cocaína é comercializada às escuras, no “universo ilegal”. Contudo, há discussões em torno de uma droga bem conhecida no meio social e criminoso: a maconha.
Praticamente, toda a sociedade condena o seu uso, tendo em vista as comprovações médicas de seus danos à saúde. Estudos clínicos apontam para as substâncias entorpecentes e alucinógenas presentes na erva, como o ácido delta-90-tetraidrocanabiol, que atua no sistema neural, do usuário. Seus efeitos são catastróficos: causa dependência psíquica, destrói as células nervosas e compromete todo o funcionamento do cérebro, bem como as atividades a ele relacionadas.
A maconha é vista como uma “destruidora” de lares e “acusada” de corromper a juventude. Os conflitos familiares, sobretudo na classe média-alta, são fruto da discordância entre pais e filhos. Os jovens, influenciados por amigos ou pela mídia, “caem” no cosmo ilícito das drogas, os quais renunciam estudos, família, lar, para viverem em um “mundo paralelo e excitante”. Já os pais sofrem ao verem seus descendentes a mercê do domínio das drogas.
Não somente biológica ou social, mas a polêmica do uso da maconha possui um caráter criminal. O tráfico de drogas e a violência, predominantes em morros e favelas das grandes cidades brasileiras, beneficiam-se com o seu comércio clandestino. Imagina-se o que uma eventual legalização de seu consumo possa ocasionar: a venda autorizada por lei dará aos traficantes poder e controle total sobre a periferia e, talvez, o centro urbano, desafiando a inexpressiva ação da segurança pública.
Portanto, a lei deve continuar rígida em relação ao uso da maconha. E a fim de um melhor esclarecimento sobre os riscos e toxidade da droga, os meios de comunicação poderiam veicular reportagens educativas a cerca da “fumaça ilusória”, para que nossos jovens possam respirar um ar puro, o ar da lucidez.