Livro e cidadania
A maioria das pessoas tem contato com leitura apenas na escola. Ler por obrigação não dá prazer e afasta futuros leitores das bibliotecas, das livrarias, do mundo imaginário e, também, da atuação política plena, cujo horizonte é infinito.
Um país se faz de homens e livros, segundo Monteiro Lobato. Pode-se afirmar que um país justo só se faz de homens e mulheres leitores, pensadores, críticos, participantes ativos, como atores sociais contestadores do sistema estabelecido.
Leitura leva as pessoas a viagens, ao mundo da imaginação, do lúdico e também ao mundo do debate, do conhecimento e do poder. Quem detém conhecimento e informação está sempre em vantagem. Num mundo cada vez mais competitivo, estar bem informado faz a diferença. Mas não basta acumular conhecimentos. O ciclo só se completa com interação, com troca, convívio social, interferência nos rumos da vida, se a sabedoria adquiria é usada para tomar as rédeas do destino e participar da construção da democracia.
Pessoas pensantes são perigosas, podem abalar as estruturas sociais ou tomar o poder. Esse perigo é combatido com pouco investimento na educação, como fazem muitos governos, no mundo inteiro. É mais fácil controlar uma nação que precisa de heróis, na qual os cidadãos não têm plena consciência dos seus direitos e deveres.
Há pesquisas que indicam que o cérebro envelhece mais lentamente quando estimulado. E o melhor estímulo é o vício saudável da leitura. A Bienal do Livro da Bahia, evento que acontece em Salvador nos anos ímpares, é uma boa oportunidade para o encontro de leitores e escritores em debates, conversas, bate-papos, troca de experiência. O Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região tem realizado eventos culturais e literários, e pode ampliar para um projeto como um Clube do Livro, para permutas, doações e rodas de leitura. Que tal?
Fonte: Boletim TRT5 - Abril 2009