Como publicar um livro – se for de graça, melhor ainda!
Por: Valdeck Almeida de Jesus
Todo mundo quer ser escritor. Publicar um livro, porém, envolve custos e habilidades específicas que poucas pessoas conhecem. O que vale, mesmo, é acreditar no próprio potencial e exercitar-se escrevendo. Muitos grandes profissionais, de várias áreas do conhecimento tiveram suas obras recusadas por editoras e depois se tornaram artistas renomados por não desistirem. Mas a publicação, em si, já não é mais mistério.
A primeira coisa a ser feita é pensar o livro, o seu tema, o assunto, sob que perspectiva se vai escrever. Por exemplo: paz. É um tema amplo e pode se afunilar para a paz no trânsito, a paz entre casais, a paz prometida pela religião etc. A menos que se deseje fazer um tratado ou defender uma dissertação de mestrado, é bem melhor falar sobre um assunto mais restrito, sobre o qual se possa discutir mais de perto, ou seja, delimitar o horizonte. Afinal, escrever demanda tempo, pesquisa, reclusão ou muita entrevista. E quanto maior o trabalho, maior pode ser o desânimo, que pode se refletir em um livro ruim ou mesmo na desistência de escrevê-lo.
Resolvida esta questão, aí então, escolhido o ponto de vista, a forma que se quer dar ao livro, começa o trabalho propriamente dito de escrever. Sem escrita não há livro. Mesmo que seja um livro de fotografias, uma coletânea de pinturas artísticas ou um álbum de família, sempre é bom pensar num texto para descrição, explicação ou uma simples legenda. E o texto precisa estar conectado com a ilustração.
Eu costumo falar para um amigo escritor que o necessário, na hora de escrever, é escrever. Parece redundante, mas não é. Ele costumava carregar um caderninho embaixo do braço e, quando a inspiração surgia, ele começava a rabiscar. Nas oportunidades em que eu estava por perto, ele sempre me perguntava como se escrevia uma palavra, se uma frase combinava com outra e coisas do gênero. Eu respondia secamente: vai escrevendo, deixa a inspiração fluir, não pare de escrever para pensar como o texto vai ficar. Essa parte de revisão fica para depois. O importante é produzir, produzir, produzir, como um turbilhão, enquanto a imaginação voa... A revisão acontece depois que você escrever bastante, e essa medida é pessoal e também depende do projeto do livro. O revisor tem que ser uma pessoa que conheça o assunto do livro, precisa ser profissional o bastante para dar dicas e sugestões que melhorem um parágrafo ou até que descartem páginas inteiras. Quem fizer esse trabalho precisa ser não apenas bom na língua em que o livro for escrito, mas acima de tudo, possuir a virtude da honestidade. Se a pessoa não for honesta, vai receber o dinheiro pelo trabalho dela e pronto. Se o serviço for além de mudar frases, corrigir conjugações e regras gramaticais, esta pessoa vai estabelecer uma relação de coautoria, não no sentido de ter direito ao texto, mas de dialogar com o autor, de o auxiliar na escolha de perspectivas, de fazer cirurgias na criação literária etc. Eu, por exemplo, tenho uma amiga no Rio de Janeiro a quem entrego meus textos como se fosse a uma cirurgiã plástica. Ela tem minha autorização para fazer o melhor pelo texto, sem pensar se eu vou gostar ou não. O resultado final fica por minha conta. Esta última decisão, no entanto, eu tomo sozinho, sempre levando em conta todas as suas sugestões.
Itens obrigatórios
Quando acredito que o livro ficou pronto, eu começo a pensar na burocracia necessária. Registrar os originais é uma delas. No site da Biblioteca Nacional[1] há informações de como fazer isso. Desde que descobri a necessidade de garantir os direitos autorais, eu registro de tudo o que escrevo. No começo eu mandava manuscrito, depois passei a mandar datilografado e agora mando digitado. Em Salvador, o registro pode ser feito também na Biblioteca Central do Estado, situada à rua General Labatu, s/nº, Barris.
Outra burocracia é o ISBN. O ISBN (International Standard Book Number) é um sistema criado em 1967 e oficializado como norma internacional em 1972, que identifica numericamente os livros segundo o título, o autor, o país e a editora, os separando também por edição”. Sem este número o livro não pode ser incluído em catálogos, nem cadastrado para vendas em livrarias. É algo obrigatório e o próprio autor do livro pode adquirir o ISBN se cadastrando e pagando uma taxa no site oficial da Agência Brasileira de ISBN[2]. Caso o escritor não tenha intimidade com internet, sites e formulários, esse trabalho pode ficar por conta da editora. Vale salientar que o autor só pode adquirir ISBN para seu próprio livro, não sendo possível fazê-lo no caso de antologia que reúna vários escritores. Tampouco poderá editar livros alheios usando o seu ISBN individual.
A Ficha Catalográfica é obrigatória, também. É a parte em que as bibliotecas usam para cadastrar o livro e colocar na estante por assunto tratado na obra. A Câmara Brasileira do Livro - CBL[3] presta esse serviço. Um bibliotecário também pode ser contratado pelo autor para fazer a ficha.
Após estes itens obrigatórios, com o texto já corrigido em consonância com o Novo Acordo Ortográfico[4], começa a montagem do livro propriamente dita. Agora é necessário se pensar em tamanho (altura, largura), capa etc.
O tamanho do livro nem sempre depende da vontade única do escritor. Nem sempre o autor domina informações sobre como montar um livro, mas é bom que se aconselhe com alguém mais experiente ou tire as dúvidas com a editora. Cada livro é como um filho, tem uma personalidade, um jeito, uma identidade. Quando termino um livro eu vou numa livraria e folheio várias obras, de preferência que tratem do mesmo assunto do meu livro. Assim eu já tenho alguma ideia do que desejo para meu trabalho. Vejo ilustrações, capa, orelha, prefácio, tamanho das letras, largura e altura do livro.
A capa é uma parte muito importante, pois é a primeira coisa que o leitor vê. Nem sempre um bom livro é levado para casa apenas pela capa, mas esta funciona como um primeiro atrativo aos olhos. Escolher bem as cores e letras, desenhos e ilustrações e fotos pode demorar um pouco, mas sempre traz bons resultados.
A orelha do livro é aquela parte da capa que fica dobrada para dentro. É um item não obrigatório, mas pode dar um charme ou reforçar a capa contra dobraduras. Na orelha o autor pode escrever parte da sua biografia, pedir que alguém faça um texto apresentando ou comentando o livro, incluir trechos da obra ou deixar em branco. Este item encarece o livro e deixar em branco, portanto, não é uma boa opção.
A contracapa é a parte detrás do livro, aquela última página que fica pra fora, no lado oposto à capa. Geralmente se escreve ali opiniões de leitores, jornais ou amigos do autor sobre a obra. Também pode ser publicada uma sinopse do livro ou mesmo um texto sobre o próprio autor. Cada escritor pode dialogar com a editora e escolher o que seja melhor para sua obra.
Voltando para a parte interna, após a capa, vem folha de rosto com informações sobre a editora, ficha catalográfica, índice ou sumário, prefácio, apresentação e o texto do livro em si. Tem gente que prefere não colocar prefácio nem apresentação. Depende muito do gosto pessoal ou da importância da obra. Tem livros que trazem prefácios diversos como o primeiro prefácio, o prefácio da segunda edição etc. Ao final do livro, pode-se escrever um posfácio, que é nada mais que uma declaração final do autor ou de uma pessoa que leu o livro.
Miolo
É nesta parte que o livro se concentra. No miolo está todo o livro, as informações, fotos, planilhas, gráficos, o texto etc. É a parte maior do livro, o seu conteúdo propriamente dito. Por ser a alma do livro, não desmerecendo as demais partes, o miolo deve ser tratado com muita atenção e cuidado. Erro de português, texto desalinhado, informação desencontrada ou mal explicada podem destruir a reputação de uma obra. Não adianta nada ter pensado uma capa bonita, ter um prefácio escrito por um famoso, o livro ter sido publicado por uma boa editora se o conteúdo for pobre, mal escrito, com erros de digitação, falhas de estrutura etc. Portanto, é sempre ser auxiliado por um profissional capacitado para fazer uma crítica antes da publicação do livro.Toda esta parte é feita ainda se enviar o livro para a gráfica. Toda as correções (capa, miolo, apresentação etc) podem ser feitas diretamente no computador. O profissional que cuida dessa etapa é o diagramador, a pessoa que monta o livro. Após a montagem, ou durante a mesma, pode-se imprimir a obra para fazer provas. É a chamada “boneca” do livro, em que se pode ver e pegar nas folhas, ler diretamente no papel, anotar, rabiscar, corrigir e enviar de volta para conserto. Após a impressão final dos exemplares não são mais possíveis correções. Por isso, todo cuidado é pouco durante a construção de um livro.
A publicação pode ser feita, também, em sites especializados em livros digitais e em livros de papel. Nesses sites a obra pode ser vendida em forma digital ou mesmo impressa e enviada para a casa do leitor. Geralmente se publica de graça, em outras vezes se paga por um serviço de montagem do livro. Só há custo para o leitor, quando adquire o livro, seja em formato digital ou em papel. Ao final deste texto, há uma lista de sites que produzem livros digitais.
Publicar em papel também não custa muito caro. Há muitas opções de gráficas ou pequenas editoras que trabalham com pequenas tiragens e a preços competitivos. Depende da disponibilidade financeira do escritor e da quantidade de livros que ele pretende imprimir. A impressão sob demanda, quando se imprime à medida que o livro vende, é uma alternativa para quem não tem muito dinheiro ou não tem ainda uma lista grande de leitores. O autor vai investindo em tiragens de vinte, cinquenta, cem exemplares, fazendo pequenos lançamentos, divulgando aos poucos e, à medida que o livro vai sendo vendido, ele compra mais e refaz o estoque.
Quando o livro fica pronto, outra parte do trabalho começa. Escrever não é fácil, montar um livro e imprimir também não é algo que se faz da noite para o dia. Mas a divulgação e a venda são as etapas mais trabalhosas de todo o processo. Falar do próprio livro, fazer palestras e participar de eventos, sempre comentando a mesma obra, pode ser um trabalho cansativo e chato, mas rende frutos. Afinal, o que não é visto não é desejado. Então, começa agora a batalha do escritor para colocar seu livro na boca do povo, literalmente.
Livros eletrônicos
Publicar, no entanto, não significa imprimir um livro. A publicação pode ser feita diretamente em sites e blogs, sem a necessidade de imprimir. Com o advento dos livros eletrônicos (e-books), muitas obras nem mesmo chegam a uma gráfica. Vão diretamente para os leitores através de tabletes, arquivos eletrônicos e outras formas de publicação, incluídos, aqui, o áudio-livro (obra “falada” e gravada em CDs ou em arquivos para serem ouvidos na internet). A publicação em forma eletrônica, os chamados e-books, nem sempre custa barato ou de graça. Na internet, é possível encontrar várias alternativas. No entanto, para que o e-book seja comercializado por grandes livrarias, é necessário que o arquivo obedeça certos critérios técnicos que talvez o escritor comum não conheça. Para isso, existem empresas especializadas em digitalizar arquivos do formato Word para .epub, .mobi, PDF etc. Estas empresas realizam, ainda, a confecção ou adaptação da capa, registro ISBN, além de intermediar a colocação em sites de livrarias, acompanhar as vendas e prestar contas ao autor etc. É um trabalho minucioso e que demanda tempo e disposição, que nem sempre o autor possui.
Uma pergunta que sempre me faço é que tipo de escritor eu quero ser. É público e notório que viver de arte num mundo capitalista é meio utópico. A menos que sua arte caia no gosto do povo e comece a ser consumida como água no deserto. Eu acredito no que faço e planejo viver de literatura. Mas, enquanto esse dia não chega, vou investido em leitura, cursos, profissionalização, melhorando minha rede de relacionamentos, participando de eventos ligados ao livro e à leitura etc. Sou um Escritor Independente (aquele que não é bancado por uma editora). Ou seja, eu mesmo pago para produzir e imprimir meus livros. Também me encarrego de divulgar e vender, seja de porta em porta, seja pelos correios, seja em saraus, recitais e eventos ligados à literatura.
Que tipo de escritor quero ser
Ser traduzido em várias línguas e ser conhecido fora do seu país é uma das façanhas mais desejadas. Trabalhar para isso, no entanto, pode durar uma vida inteira. Os frutos virão, certamente, mas é bom a pessoa se perguntar se tem energia, dinheiro, conhecimento e disposição para uma maratona como essa. Escrever para provar para alguém que você é capaz nem sempre é um bom caminho. Vale muito mais se você conseguir escrever porque gosta do assunto, porque sente prazer em participar desse processo criativo que pode tomar muito tempo. Nesse caminho, o escritor pode despertar inveja, pode também ficar com inveja de outros mais bem sucedidos e querer entrar numa disputa para provar quem pode mais. Isso não é literatura nem é arte, pois tanto a literatura como a arte são processos maiores, que envolvem desprendimento, aprendizado, compartilhamento, solidariedade, envolvimento emocional e doação.
Ser um escritor midiático, vendedor de best seller, invadir as prateleiras das livrarias pode ser parte de um planejamento, se você escreve com o coração e consegue atingir o gosto popular, ou se enveredar pela seara de escrever sob encomenda, indo na onda do momento, fazendo livros da moda, falando de assuntos que despertam o interesse de muitas pessoas. Por outro lado, se tornando um especialista em determinado assunto, um pesquisador, um intelectual gabaritado, pode, também, tornar a pessoa uma referência dentro do mundo acadêmico e lhe render, até, recomendações de seus livros para vestibulares, adaptações para TV, cinema, teatro, quadrinhos e outras mídias. Esse sucesso pode vir, ainda, através de palestras em escolas, eventos, congressos, simpósios, saraus etc.
Há quem prefira ser um exímio declamador, recitador, performer, que também é uma área que dá bastante visibilidade, principalmente numa época em que o visual e o midiático contam muito. Além disso, o escritor também pode atuar em outras áreas da cadeia do livro como Agente Literário (o profissional que intermedia, promove, divulga, “vende” o livro para editoras e acompanha o escritor no processo de divulgação e venda). Outra alternativa é o escritor se especializar em crítica literária, nicho de mercado pouco explorado ultimamente.
Dicas para escritor. Confira algumas delas!
1- Envio dos originais para a avaliação das editoras – Na internet é fácil encontrar sites e endereços de editoras interessadas em novos autores. Algumas aceitam a obra via e-mail, outras preferem o material impresso ou em CD encaminhado pelos correios. É a tentativa mais fácil de publicar. Se o livro for escolhido, pode ser impresso e distribuído por todo o país, a depender do tamanho da editora.
2- Pagamento por uma publicação – Muitos escritores têm preferido esta modalidade. Contratam uma editora que produz o livro, prepara capa, faz correção ortográfica e gramatical e até noites de autógrafos. Para quem não tem tempo e deseja comodidade, é uma boa alternativa. Há empresas que se especializam a ponto de fazer a distribuição e venda do livro, bem como a divulgação dos seus autores na mídia. Os preços variam de acordo com o serviço contratado.
Se o próprio autor fica encarregado da divulgação e venda, o negócio se complica, por demandar tempo e experiência. O livro pode ficar encalhado na casa do escritor ou servir de presente para os amigos dele.
3- Publicar via Clube de Autores – Este site publica livros gratuitamente. Basta que o autor se cadastre e edite o seu livro por conta própria. A impressão é feita sob demanda, à medida que o próprio autor solicite exemplares ou que o livro seja vendido, via internet. Não há obrigatoriedade de permanecer no site. Se o livro fizer sucesso e o escritor quiser romper o contrato, isso é feito com facilidade e sem custo. Veja alguns sites que publicam de graça:
www.clubedeautores.com.br
www.lulu.com
www.blurb.com
www.bubok.pt
www.perse.doneit.com.br
4– Contratação de um agente literário - O profissional contratado pode levar sua obra a diversas editoras e, a depender da habilidade dele e do conteúdo de seu livro, o seu trabalho poderá ser publicado e patrocinado por uma editora. Este serviço não é barato. Há agentes que cobram até para analisar a obra.
5- Publicação na internet – É a forma mais fácil de publicar. Divulgação pela rede de computadores é muito fácil. Mas cobrar pelo livro é mais complicado. A vantagem é tornar-se conhecido e poder atrair uma editora interessada na popularidade do escritor. A publicação tanto pode ser em sites, blogs, flogs, como em livros eletrônicos. Algumas editoras já publicam, além da edição impressa, a versão eletrônica, a um preço mais acessível. Há livros eletrônicos que se pode "baixar" para o computador e distribuir gratuitamente. Outros vêm com proteção para abrir somente na máquina em que foi salvo pela primeira vez.
6– Participação em concursos literários – Há prêmios literários que pagam aos vencedores quantias em dinheiro ou publicação dos livros selecionados. A depender do prêmio, isso pode significar a divulgação na mídia nacional e/ou internacional e a contratação por uma editora. Esta é uma forma de entrar pela porta da frente no mercado editorial. No entanto, a maioria dos concursos e prêmios literários exige o pagamento de uma taxa de inscrição. Além disso, muitos dos certames servem apenas a quem os promove. Portanto, a escolha em se inscrever precisa ser bem analisada.
7– Participar de antologias – Na internet proliferam as empresas e pessoas físicas que promovem livros escritos por vários autores. As antologias servem para escritores iniciantes e que não podem pagar pela edição de um livro solo. Os preços variam de acordo com a quantidade de páginas contratadas. Algumas iniciativas são louváveis, pois lançam os livros em coquetéis, cafés literários ou em bienais do livro. A maioria cobra inscrição do autor ou exige que ele compre antecipadamente uma quantidade determinada de exemplares. Pouquíssimas iniciativas não cobram taxa de inscrição. O Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus de Poesia premia os selecionados com a publicação. Os primeiros dez colocados recebem um exemplar do livro. Os demais não recebem nem são obrigados a comprar.
8– Leis de Incentivo à Cultura – Há a Lei Rouanet e leis estaduais e municipais de incentivo à cultura. Todos os anos são abertas inscrições a editais que selecionam obras literárias nos vários gêneros. É bom ficar de olho. A desvantagem dessa modalidade é a burocracia, a infinidade de formulários e regulamentos a serem preenchidos, além da captação dos recursos que sempre fica por conta do escritor. Já existem empresas que executam todas as etapas desse processo, desde a inscrição até a prestação de contas final.
Divulgação, Distribuição e Vendas
Vencida a etapa da publicação, vem a parte crucial e que pode desestimular o novo escritor. Para se vender um livro, colocá-lo numa livraria, divulgá-lo e fazer o produto final livro circular, é preciso ter sorte, pagar para distribuidoras de livros e até pagar para a livraria colocar o livro em local visível na prateleira . Ou seja, o trabalho árduo do escritor não termina quando ele conclui a obra e envia para uma editora. Participar de debates, feiras de livros, palestras, simpósios e eventos relacionados à cadeia literária nem sempre é barato e acessível ao escritor iniciante. Porém, essas atividades ajudam a tornar o autor conhecido e a divulgar o seu trabalho. Uma boa alternativa é o escritor visitar escolas, se integrar a projetos de incentivo à leitura, interagir com a comunidade, fazer rodas de leitura em bibliotecas etc. A dica é ficar antenado e procurar escritores mais experientes, trocar ideias, intercambiar informações. O resto, é esperar que o leitor leve o seu livro para casa, o leia e comente. Afinal, o boca a boca é a melhor propaganda.
Revolução do processo literário
O mercado livreiro está concentrado nas mãos de poucas pessoas, que o controlam e ditam suas regras. No processo em que o próprio escritor participa da produção, o círculo se quebra. O autor do livro pode ganhar em agilidade, pois tira todos os atravessadores do seu caminho. Não mais há pedra na sua rota. Do Word, o texto vai direto para a editoração. Ali, o escritor prepara o formato do livro, detalhes como tipo e tamanho de papel, desenho de capa etc. Vencida esta etapa, ele "publica" o livro na internet, envia para impressão e o próprio site se encarrega de remeter a encomenda a quem comprar, cobrando o devido preço. Adeus agente literário, gráfica, editor, distribuidor, livraria, vendedor etc. Ganha o mercado, ganha o escritor e ganha, muito mais, o leitor, que vai contar com uma variedade imensa de novos títulos a preços mais baratos.
* Com informações dos site "Vísceras Literárias" e "Diggs"
Por: Valdeck Almeida de Jesus
Todo mundo quer ser escritor. Publicar um livro, porém, envolve custos e habilidades específicas que poucas pessoas conhecem. O que vale, mesmo, é acreditar no próprio potencial e exercitar-se escrevendo. Muitos grandes profissionais, de várias áreas do conhecimento tiveram suas obras recusadas por editoras e depois se tornaram artistas renomados por não desistirem. Mas a publicação, em si, já não é mais mistério.
A primeira coisa a ser feita é pensar o livro, o seu tema, o assunto, sob que perspectiva se vai escrever. Por exemplo: paz. É um tema amplo e pode se afunilar para a paz no trânsito, a paz entre casais, a paz prometida pela religião etc. A menos que se deseje fazer um tratado ou defender uma dissertação de mestrado, é bem melhor falar sobre um assunto mais restrito, sobre o qual se possa discutir mais de perto, ou seja, delimitar o horizonte. Afinal, escrever demanda tempo, pesquisa, reclusão ou muita entrevista. E quanto maior o trabalho, maior pode ser o desânimo, que pode se refletir em um livro ruim ou mesmo na desistência de escrevê-lo.
Resolvida esta questão, aí então, escolhido o ponto de vista, a forma que se quer dar ao livro, começa o trabalho propriamente dito de escrever. Sem escrita não há livro. Mesmo que seja um livro de fotografias, uma coletânea de pinturas artísticas ou um álbum de família, sempre é bom pensar num texto para descrição, explicação ou uma simples legenda. E o texto precisa estar conectado com a ilustração.
Eu costumo falar para um amigo escritor que o necessário, na hora de escrever, é escrever. Parece redundante, mas não é. Ele costumava carregar um caderninho embaixo do braço e, quando a inspiração surgia, ele começava a rabiscar. Nas oportunidades em que eu estava por perto, ele sempre me perguntava como se escrevia uma palavra, se uma frase combinava com outra e coisas do gênero. Eu respondia secamente: vai escrevendo, deixa a inspiração fluir, não pare de escrever para pensar como o texto vai ficar. Essa parte de revisão fica para depois. O importante é produzir, produzir, produzir, como um turbilhão, enquanto a imaginação voa... A revisão acontece depois que você escrever bastante, e essa medida é pessoal e também depende do projeto do livro. O revisor tem que ser uma pessoa que conheça o assunto do livro, precisa ser profissional o bastante para dar dicas e sugestões que melhorem um parágrafo ou até que descartem páginas inteiras. Quem fizer esse trabalho precisa ser não apenas bom na língua em que o livro for escrito, mas acima de tudo, possuir a virtude da honestidade. Se a pessoa não for honesta, vai receber o dinheiro pelo trabalho dela e pronto. Se o serviço for além de mudar frases, corrigir conjugações e regras gramaticais, esta pessoa vai estabelecer uma relação de coautoria, não no sentido de ter direito ao texto, mas de dialogar com o autor, de o auxiliar na escolha de perspectivas, de fazer cirurgias na criação literária etc. Eu, por exemplo, tenho uma amiga no Rio de Janeiro a quem entrego meus textos como se fosse a uma cirurgiã plástica. Ela tem minha autorização para fazer o melhor pelo texto, sem pensar se eu vou gostar ou não. O resultado final fica por minha conta. Esta última decisão, no entanto, eu tomo sozinho, sempre levando em conta todas as suas sugestões.
Itens obrigatórios
Quando acredito que o livro ficou pronto, eu começo a pensar na burocracia necessária. Registrar os originais é uma delas. No site da Biblioteca Nacional[1] há informações de como fazer isso. Desde que descobri a necessidade de garantir os direitos autorais, eu registro de tudo o que escrevo. No começo eu mandava manuscrito, depois passei a mandar datilografado e agora mando digitado. Em Salvador, o registro pode ser feito também na Biblioteca Central do Estado, situada à rua General Labatu, s/nº, Barris.
Outra burocracia é o ISBN. O ISBN (International Standard Book Number) é um sistema criado em 1967 e oficializado como norma internacional em 1972, que identifica numericamente os livros segundo o título, o autor, o país e a editora, os separando também por edição”. Sem este número o livro não pode ser incluído em catálogos, nem cadastrado para vendas em livrarias. É algo obrigatório e o próprio autor do livro pode adquirir o ISBN se cadastrando e pagando uma taxa no site oficial da Agência Brasileira de ISBN[2]. Caso o escritor não tenha intimidade com internet, sites e formulários, esse trabalho pode ficar por conta da editora. Vale salientar que o autor só pode adquirir ISBN para seu próprio livro, não sendo possível fazê-lo no caso de antologia que reúna vários escritores. Tampouco poderá editar livros alheios usando o seu ISBN individual.
A Ficha Catalográfica é obrigatória, também. É a parte em que as bibliotecas usam para cadastrar o livro e colocar na estante por assunto tratado na obra. A Câmara Brasileira do Livro - CBL[3] presta esse serviço. Um bibliotecário também pode ser contratado pelo autor para fazer a ficha.
Após estes itens obrigatórios, com o texto já corrigido em consonância com o Novo Acordo Ortográfico[4], começa a montagem do livro propriamente dita. Agora é necessário se pensar em tamanho (altura, largura), capa etc.
O tamanho do livro nem sempre depende da vontade única do escritor. Nem sempre o autor domina informações sobre como montar um livro, mas é bom que se aconselhe com alguém mais experiente ou tire as dúvidas com a editora. Cada livro é como um filho, tem uma personalidade, um jeito, uma identidade. Quando termino um livro eu vou numa livraria e folheio várias obras, de preferência que tratem do mesmo assunto do meu livro. Assim eu já tenho alguma ideia do que desejo para meu trabalho. Vejo ilustrações, capa, orelha, prefácio, tamanho das letras, largura e altura do livro.
A capa é uma parte muito importante, pois é a primeira coisa que o leitor vê. Nem sempre um bom livro é levado para casa apenas pela capa, mas esta funciona como um primeiro atrativo aos olhos. Escolher bem as cores e letras, desenhos e ilustrações e fotos pode demorar um pouco, mas sempre traz bons resultados.
A orelha do livro é aquela parte da capa que fica dobrada para dentro. É um item não obrigatório, mas pode dar um charme ou reforçar a capa contra dobraduras. Na orelha o autor pode escrever parte da sua biografia, pedir que alguém faça um texto apresentando ou comentando o livro, incluir trechos da obra ou deixar em branco. Este item encarece o livro e deixar em branco, portanto, não é uma boa opção.
A contracapa é a parte detrás do livro, aquela última página que fica pra fora, no lado oposto à capa. Geralmente se escreve ali opiniões de leitores, jornais ou amigos do autor sobre a obra. Também pode ser publicada uma sinopse do livro ou mesmo um texto sobre o próprio autor. Cada escritor pode dialogar com a editora e escolher o que seja melhor para sua obra.
Voltando para a parte interna, após a capa, vem folha de rosto com informações sobre a editora, ficha catalográfica, índice ou sumário, prefácio, apresentação e o texto do livro em si. Tem gente que prefere não colocar prefácio nem apresentação. Depende muito do gosto pessoal ou da importância da obra. Tem livros que trazem prefácios diversos como o primeiro prefácio, o prefácio da segunda edição etc. Ao final do livro, pode-se escrever um posfácio, que é nada mais que uma declaração final do autor ou de uma pessoa que leu o livro.
Miolo
É nesta parte que o livro se concentra. No miolo está todo o livro, as informações, fotos, planilhas, gráficos, o texto etc. É a parte maior do livro, o seu conteúdo propriamente dito. Por ser a alma do livro, não desmerecendo as demais partes, o miolo deve ser tratado com muita atenção e cuidado. Erro de português, texto desalinhado, informação desencontrada ou mal explicada podem destruir a reputação de uma obra. Não adianta nada ter pensado uma capa bonita, ter um prefácio escrito por um famoso, o livro ter sido publicado por uma boa editora se o conteúdo for pobre, mal escrito, com erros de digitação, falhas de estrutura etc. Portanto, é sempre ser auxiliado por um profissional capacitado para fazer uma crítica antes da publicação do livro.Toda esta parte é feita ainda se enviar o livro para a gráfica. Toda as correções (capa, miolo, apresentação etc) podem ser feitas diretamente no computador. O profissional que cuida dessa etapa é o diagramador, a pessoa que monta o livro. Após a montagem, ou durante a mesma, pode-se imprimir a obra para fazer provas. É a chamada “boneca” do livro, em que se pode ver e pegar nas folhas, ler diretamente no papel, anotar, rabiscar, corrigir e enviar de volta para conserto. Após a impressão final dos exemplares não são mais possíveis correções. Por isso, todo cuidado é pouco durante a construção de um livro.
A publicação pode ser feita, também, em sites especializados em livros digitais e em livros de papel. Nesses sites a obra pode ser vendida em forma digital ou mesmo impressa e enviada para a casa do leitor. Geralmente se publica de graça, em outras vezes se paga por um serviço de montagem do livro. Só há custo para o leitor, quando adquire o livro, seja em formato digital ou em papel. Ao final deste texto, há uma lista de sites que produzem livros digitais.
Publicar em papel também não custa muito caro. Há muitas opções de gráficas ou pequenas editoras que trabalham com pequenas tiragens e a preços competitivos. Depende da disponibilidade financeira do escritor e da quantidade de livros que ele pretende imprimir. A impressão sob demanda, quando se imprime à medida que o livro vende, é uma alternativa para quem não tem muito dinheiro ou não tem ainda uma lista grande de leitores. O autor vai investindo em tiragens de vinte, cinquenta, cem exemplares, fazendo pequenos lançamentos, divulgando aos poucos e, à medida que o livro vai sendo vendido, ele compra mais e refaz o estoque.
Quando o livro fica pronto, outra parte do trabalho começa. Escrever não é fácil, montar um livro e imprimir também não é algo que se faz da noite para o dia. Mas a divulgação e a venda são as etapas mais trabalhosas de todo o processo. Falar do próprio livro, fazer palestras e participar de eventos, sempre comentando a mesma obra, pode ser um trabalho cansativo e chato, mas rende frutos. Afinal, o que não é visto não é desejado. Então, começa agora a batalha do escritor para colocar seu livro na boca do povo, literalmente.
Livros eletrônicos
Publicar, no entanto, não significa imprimir um livro. A publicação pode ser feita diretamente em sites e blogs, sem a necessidade de imprimir. Com o advento dos livros eletrônicos (e-books), muitas obras nem mesmo chegam a uma gráfica. Vão diretamente para os leitores através de tabletes, arquivos eletrônicos e outras formas de publicação, incluídos, aqui, o áudio-livro (obra “falada” e gravada em CDs ou em arquivos para serem ouvidos na internet). A publicação em forma eletrônica, os chamados e-books, nem sempre custa barato ou de graça. Na internet, é possível encontrar várias alternativas. No entanto, para que o e-book seja comercializado por grandes livrarias, é necessário que o arquivo obedeça certos critérios técnicos que talvez o escritor comum não conheça. Para isso, existem empresas especializadas em digitalizar arquivos do formato Word para .epub, .mobi, PDF etc. Estas empresas realizam, ainda, a confecção ou adaptação da capa, registro ISBN, além de intermediar a colocação em sites de livrarias, acompanhar as vendas e prestar contas ao autor etc. É um trabalho minucioso e que demanda tempo e disposição, que nem sempre o autor possui.
Uma pergunta que sempre me faço é que tipo de escritor eu quero ser. É público e notório que viver de arte num mundo capitalista é meio utópico. A menos que sua arte caia no gosto do povo e comece a ser consumida como água no deserto. Eu acredito no que faço e planejo viver de literatura. Mas, enquanto esse dia não chega, vou investido em leitura, cursos, profissionalização, melhorando minha rede de relacionamentos, participando de eventos ligados ao livro e à leitura etc. Sou um Escritor Independente (aquele que não é bancado por uma editora). Ou seja, eu mesmo pago para produzir e imprimir meus livros. Também me encarrego de divulgar e vender, seja de porta em porta, seja pelos correios, seja em saraus, recitais e eventos ligados à literatura.
Que tipo de escritor quero ser
Ser traduzido em várias línguas e ser conhecido fora do seu país é uma das façanhas mais desejadas. Trabalhar para isso, no entanto, pode durar uma vida inteira. Os frutos virão, certamente, mas é bom a pessoa se perguntar se tem energia, dinheiro, conhecimento e disposição para uma maratona como essa. Escrever para provar para alguém que você é capaz nem sempre é um bom caminho. Vale muito mais se você conseguir escrever porque gosta do assunto, porque sente prazer em participar desse processo criativo que pode tomar muito tempo. Nesse caminho, o escritor pode despertar inveja, pode também ficar com inveja de outros mais bem sucedidos e querer entrar numa disputa para provar quem pode mais. Isso não é literatura nem é arte, pois tanto a literatura como a arte são processos maiores, que envolvem desprendimento, aprendizado, compartilhamento, solidariedade, envolvimento emocional e doação.
Ser um escritor midiático, vendedor de best seller, invadir as prateleiras das livrarias pode ser parte de um planejamento, se você escreve com o coração e consegue atingir o gosto popular, ou se enveredar pela seara de escrever sob encomenda, indo na onda do momento, fazendo livros da moda, falando de assuntos que despertam o interesse de muitas pessoas. Por outro lado, se tornando um especialista em determinado assunto, um pesquisador, um intelectual gabaritado, pode, também, tornar a pessoa uma referência dentro do mundo acadêmico e lhe render, até, recomendações de seus livros para vestibulares, adaptações para TV, cinema, teatro, quadrinhos e outras mídias. Esse sucesso pode vir, ainda, através de palestras em escolas, eventos, congressos, simpósios, saraus etc.
Há quem prefira ser um exímio declamador, recitador, performer, que também é uma área que dá bastante visibilidade, principalmente numa época em que o visual e o midiático contam muito. Além disso, o escritor também pode atuar em outras áreas da cadeia do livro como Agente Literário (o profissional que intermedia, promove, divulga, “vende” o livro para editoras e acompanha o escritor no processo de divulgação e venda). Outra alternativa é o escritor se especializar em crítica literária, nicho de mercado pouco explorado ultimamente.
Dicas para escritor. Confira algumas delas!
1- Envio dos originais para a avaliação das editoras – Na internet é fácil encontrar sites e endereços de editoras interessadas em novos autores. Algumas aceitam a obra via e-mail, outras preferem o material impresso ou em CD encaminhado pelos correios. É a tentativa mais fácil de publicar. Se o livro for escolhido, pode ser impresso e distribuído por todo o país, a depender do tamanho da editora.
2- Pagamento por uma publicação – Muitos escritores têm preferido esta modalidade. Contratam uma editora que produz o livro, prepara capa, faz correção ortográfica e gramatical e até noites de autógrafos. Para quem não tem tempo e deseja comodidade, é uma boa alternativa. Há empresas que se especializam a ponto de fazer a distribuição e venda do livro, bem como a divulgação dos seus autores na mídia. Os preços variam de acordo com o serviço contratado.
Se o próprio autor fica encarregado da divulgação e venda, o negócio se complica, por demandar tempo e experiência. O livro pode ficar encalhado na casa do escritor ou servir de presente para os amigos dele.
3- Publicar via Clube de Autores – Este site publica livros gratuitamente. Basta que o autor se cadastre e edite o seu livro por conta própria. A impressão é feita sob demanda, à medida que o próprio autor solicite exemplares ou que o livro seja vendido, via internet. Não há obrigatoriedade de permanecer no site. Se o livro fizer sucesso e o escritor quiser romper o contrato, isso é feito com facilidade e sem custo. Veja alguns sites que publicam de graça:
www.clubedeautores.com.br
www.lulu.com
www.blurb.com
www.bubok.pt
www.perse.doneit.com.br
4– Contratação de um agente literário - O profissional contratado pode levar sua obra a diversas editoras e, a depender da habilidade dele e do conteúdo de seu livro, o seu trabalho poderá ser publicado e patrocinado por uma editora. Este serviço não é barato. Há agentes que cobram até para analisar a obra.
5- Publicação na internet – É a forma mais fácil de publicar. Divulgação pela rede de computadores é muito fácil. Mas cobrar pelo livro é mais complicado. A vantagem é tornar-se conhecido e poder atrair uma editora interessada na popularidade do escritor. A publicação tanto pode ser em sites, blogs, flogs, como em livros eletrônicos. Algumas editoras já publicam, além da edição impressa, a versão eletrônica, a um preço mais acessível. Há livros eletrônicos que se pode "baixar" para o computador e distribuir gratuitamente. Outros vêm com proteção para abrir somente na máquina em que foi salvo pela primeira vez.
6– Participação em concursos literários – Há prêmios literários que pagam aos vencedores quantias em dinheiro ou publicação dos livros selecionados. A depender do prêmio, isso pode significar a divulgação na mídia nacional e/ou internacional e a contratação por uma editora. Esta é uma forma de entrar pela porta da frente no mercado editorial. No entanto, a maioria dos concursos e prêmios literários exige o pagamento de uma taxa de inscrição. Além disso, muitos dos certames servem apenas a quem os promove. Portanto, a escolha em se inscrever precisa ser bem analisada.
7– Participar de antologias – Na internet proliferam as empresas e pessoas físicas que promovem livros escritos por vários autores. As antologias servem para escritores iniciantes e que não podem pagar pela edição de um livro solo. Os preços variam de acordo com a quantidade de páginas contratadas. Algumas iniciativas são louváveis, pois lançam os livros em coquetéis, cafés literários ou em bienais do livro. A maioria cobra inscrição do autor ou exige que ele compre antecipadamente uma quantidade determinada de exemplares. Pouquíssimas iniciativas não cobram taxa de inscrição. O Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus de Poesia premia os selecionados com a publicação. Os primeiros dez colocados recebem um exemplar do livro. Os demais não recebem nem são obrigados a comprar.
8– Leis de Incentivo à Cultura – Há a Lei Rouanet e leis estaduais e municipais de incentivo à cultura. Todos os anos são abertas inscrições a editais que selecionam obras literárias nos vários gêneros. É bom ficar de olho. A desvantagem dessa modalidade é a burocracia, a infinidade de formulários e regulamentos a serem preenchidos, além da captação dos recursos que sempre fica por conta do escritor. Já existem empresas que executam todas as etapas desse processo, desde a inscrição até a prestação de contas final.
Divulgação, Distribuição e Vendas
Vencida a etapa da publicação, vem a parte crucial e que pode desestimular o novo escritor. Para se vender um livro, colocá-lo numa livraria, divulgá-lo e fazer o produto final livro circular, é preciso ter sorte, pagar para distribuidoras de livros e até pagar para a livraria colocar o livro em local visível na prateleira . Ou seja, o trabalho árduo do escritor não termina quando ele conclui a obra e envia para uma editora. Participar de debates, feiras de livros, palestras, simpósios e eventos relacionados à cadeia literária nem sempre é barato e acessível ao escritor iniciante. Porém, essas atividades ajudam a tornar o autor conhecido e a divulgar o seu trabalho. Uma boa alternativa é o escritor visitar escolas, se integrar a projetos de incentivo à leitura, interagir com a comunidade, fazer rodas de leitura em bibliotecas etc. A dica é ficar antenado e procurar escritores mais experientes, trocar ideias, intercambiar informações. O resto, é esperar que o leitor leve o seu livro para casa, o leia e comente. Afinal, o boca a boca é a melhor propaganda.
Revolução do processo literário
O mercado livreiro está concentrado nas mãos de poucas pessoas, que o controlam e ditam suas regras. No processo em que o próprio escritor participa da produção, o círculo se quebra. O autor do livro pode ganhar em agilidade, pois tira todos os atravessadores do seu caminho. Não mais há pedra na sua rota. Do Word, o texto vai direto para a editoração. Ali, o escritor prepara o formato do livro, detalhes como tipo e tamanho de papel, desenho de capa etc. Vencida esta etapa, ele "publica" o livro na internet, envia para impressão e o próprio site se encarrega de remeter a encomenda a quem comprar, cobrando o devido preço. Adeus agente literário, gráfica, editor, distribuidor, livraria, vendedor etc. Ganha o mercado, ganha o escritor e ganha, muito mais, o leitor, que vai contar com uma variedade imensa de novos títulos a preços mais baratos.
* Com informações dos site "Vísceras Literárias" e "Diggs"
[4] DECRETO Nº 6.583, DE 29 DE SETEMBRO DE 2008
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