A morte e a vida de um poeta

Um poeta morre todo dia,

E não apenas no dia da sua morte.

Sorte, má-sorte, é para quem vive

A ilusão da vida eterna

Eternamente no corpo.

Para o poeta, o que importa,

De verdade, é o passado, o futuro,

Algo que não se toca, na se pega.

O poeta vive o invisível, o não vivido.

O dia a dia do poeta é sofrido,

Não medido, não visto, não visitado.

A morte, com sorte, é apenas uma passagem

A uma nova vida, sonhada, não vivida

Sofrida, impossível, etérea.

Vai poeta, abraça teu futuro e teu passado

Voa, poeta. O infinito te espera,

Colossal, improvável, invisível...

Vai poeta, recita, declama,

Faz parte do universo,

Faz da vida um verso...

Valdeck Almeida de Jesus

Para Damário da Cruz

22 de maio de 2010

São Paulo-SP - Jardim Ângela

www.galinhapulando.com

Valdeck Almeida de Jesus
Enviado por Valdeck Almeida de Jesus em 14/04/2009
Reeditado em 16/03/2011
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