UMA REDOMA
Na face enrugada distinguia-se rancor
Mão e pés eram um só
Sotaque não existia
O que existia era um estandarte de representações
A boca amarga distinguia-se entre tantas
Os lábios eram um tanto esquecidos
O domínio lhe dera a envergadura no pescoço
Contorcia-se com imagens a ela atribuídas
A cadeira fria e dura á acolhera com atenção
As mão lhe acompanhavam na melodia
A mente não tinha acompanhamento
As mãos impacientes tocaram-na com pudor
Cansada ela parou de se repetir
Levantou-se na procura , encontrou o retrogresso
Suspirou um olhar ao meu encontro
Paralisei-me por medo de ser atingida
O tempo parecia vigia-la
Os ombros eram simbólicos e inexistentes
A sandália azul persistia em balançar
Os anéis de falso brilho cutucavam as juntas
Ela foi interrompida
Num movimento único
Pediram uma resposta
Ela estendeu a mão
Tal qual a primordialidade lhe fugira a alma
Já agora ela não sabia como se posicionar
As unhas estavam pintadas
As mãos não tinham reflexo
A juventude se mostrou para ela
Rapidamente voltou-se para o seu mundo
Em reflexão mútua com o nada
Nada fazia parte da mesma
Que recuada parecia enfrentar
Os seres que a rodeavam , pareciam ignora-la
Na pena apareceu os genes
A primogênita talvez
Nela conformara-se
O netinho parecia irritá-la
A lástia desfez sua infância de pensamentos entregues ao terror da solidão
Conversava com fluência ,no rompimento da retícula
Concordava com com batons isentos, pois temia a incompreensão
O tronco reclinava-se , parecia acomodado
Tudo estava guardado naquelas mãos cansadas
Elas diziam tudo...
Na insistência de narrativas
Ela observava e era observada
Vez ou outra era concebida a ela a palavra
Ou sempre era dela o sentido das palavras
Ela chegou de surpresa
Assustou-me com sua impáfia
Contingente fez seu espaço
Com movimentos e reflexos atenciosos
Recolheu-se em seu silêncio.
Vovô alimentou-me na sedentária fome
Netinho se foi ficou a netinha, repudiando seus cuidados
A tal hora liderava a conversa
No gene , a filhinha que a ouvia com atenção
Talvez não más sei que não
Não importava o assunto
As mãos estavam sempre lá
Nuas sem fome ou coragem
Chegou outro parece atribuído
Más não é...
Ela emprestou alguns movimentos a ele
Talvez vendera por falta de tempo
Fitaram-no de laranja
Ofereceu se a conta
E consebeu-se a si mesma
Apadrinhou-se na fadiga
Fatigada consumiu sua imagem
Dismilinguida desfez os inexistentes
As têmporas alegres eram vividas
E lá estavam as mãos apunhalando-na pelas costas
O véu branco que nela habitava era facultativo
Disfarçadamente recompôs seu mundo
Talvez as víceras
Na certeza ela era tudo
Equivocada de intentos
Empunha suas mãos na forma de sátiras
De mulher comandada
Danada em retrucar
Ela tudo não viu
O tempo não lhe incomodara
Ela nunca era só
Sua roupagem era neutra
Tal qual cabelos na mira
Ela se levantou
Junto ás damas se despediu
Os cabelos sorriam acomodados
E ela também
E a lambingua pracinha
Perdeu seu brilho.