A História do Homem - Parte XVIII (ASOKA ?-232 a.C)
Nos primeiros momentos da civilização humana, os líderes eram vistos como onipotentes e como seres diferenciados dos povos que governavam e muitos foram respeitados como se tivessem poderes divinos. No Egito, por exemplo, os faraós haviam sido aceitos como deuses. A autoridade dos reis era enorme, e lês governavam somente por decreto. O que o rei dizia virava lei. Alguns governantes eram benevolentes. Enquanto outros, extremamente cruéis.
Em toda história da humanidade, é bem provável que Asoka tenha sido a primeira grande exceção a essa regra.
Ele nasceu como membro da dinastia Mauria, onde hoje fica a Índia, por volta de 300 a.C., e governou o reino de Magadha de 273 a.C. a 232 a.C. Seu império acabou incluindo quase toda a atual Índia (exceto a extremidade sul) bem como o que é hoje o Paquistão, Bangladesh e o Afeganistão.
Em 261 a.C. seus exércitos esmagaram os Kalingas numa guerra terrivelmente sangrenta, que causou a morte de cerca de 200 mil pessoas. Como testemunha do horror e do sofrimento, Asoka ficou aterrorizado e conclui que nenhuma vitória militar compensava a perda de tantas vidas.
Chocado e arrependido, ele se converteu ao Budismo (que ajudou a difundir pela Ásia), abriu mão da conquista militar como política baniu o sacrifício de pessoas e de animais e manteve seu exército numa postura puramente defensiva.
... Além de abandonar a violência como política externa, ele também reformulou sua política interna, incluindo projetos de obras públicas e o estabelecimento de instituições que serveriam ao bem estar do povo que governava.
*Texto retirado do Livro 100 Homens que mudaram a História do Mundo*
* Editorial Prestígio – Bill Yenne*
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A morte nos choca mais pela forma do que pelo sentido.
Asoka viu o que nós vemos todos os dias na televisão, ou os mais desafortunados próximos de suas casas e de sua rotina. A diferença foi a quantidade de mortos num mesmo período e a olhos vistos.
Podemos dizer que ele foi “iluminado” pela escuridão da morte.
Interessante como o bem e o mal estão dentro de cada um de nós.
Alguns podem negar isto. Mas em seus momentos de raiva, fúrias desejam o pior para seus inimigos. Um simples desejar em seu coração já é suficiente para mostrar os dons do mal.
Muitas mudanças que ocorreram no mundo me parecem simples casualidades.
Tanto para o bem como para o mal.
Com poderes extraordinários em suas mãos, faraós, imperadores, militares, reis. Criavam as maiores guerras por simples caprichos ou conselhos, às vezes até de amantes.
E nós os julgamos. Eles se tornaram de carrascos a réus. E nós na história nos tornamos seus julgadores. Somos juizes de nossa própria história.
E se todo este poder dado a eles em seu tempo nos fosse repassado.
Se um simples levantar de dedos significasse a morte de alguém.
Quantas vezes levantaríamos nossos dedos?
Ou ao contrário, seríamos símbolos da bondade e misericórdia?
Quanta hipocrisia, vaidade e egoísmo existem escondidos em nosso coração.