O Brasileiro lê muito pouco

A leitura é um dos melhores hábitos presentes na vida do ser humano, através dela agregamos muita riqueza e conhecimento em nosso ser, não há patrimônio maior, e isto felizmente ninguém pode nos tirar. Muitas maravilhas e conquistas que chegam à vida das pessoas que aproveitam ao máximo dessa riqueza são consequência do bom aproveitamento desse aprendizado. Assim, quem abre as janelas para o mundo das letras, tem abertas as portas para a felicidade.

Contrastando tudo isso com a realidade em que vivemos, podemos discorrer algumas linhas para falar de um problema que se enxerga em nosso país. Problema muito sério, mas poucos o levam a sério.

Pois bem, a população brasileira ainda negligencia o cultivo do hábito da leitura, sendo na maioria das vezes desprezado pelo homem comum. Quem seria esse indivíduo? A maioria de nós! O hábito da leitura, que deveria ser um das prioridades na vida de qualquer um, é tratado a desdém. Raros são os incentivos para mudar esse quadro, a população não dá conta que é preciso ler, e ler bem, para alcançar um grau cultural sustentável que ajude nosso país e sociedade a crescer de um modo geral. Muitas pessoas encaram a leitura como um martírio, às vezes relutando até em ler um simples manual de instruções simples, ou até mesmo reportagens em jornais, e acabam preferindo assistir às notícias pela televisão ou montando aquele utensílio doméstico novo sem ao menos saber o que está fazendo; tudo isso para ter menos trabalho.

Procurar o nascedouro do problema não é tarefa das mais fáceis, nem eu tenho autoridade para adentrar nessa seara. O que eu sei é que não há como responsabilizar apenas um segmento, sociedade ou governo, pela falência cultural. Por outro lado, é muito fácil tentar responsabilizar os governantes, os professores desinteressados, a televisão que incentiva a ociosidade, a falta de locais públicos em que se encontrem livros de qualidade, etc. Mas na realidade querer responsabilizar qualquer um desses é pura balela de quem não busca soluções e não faz sua parte para a mudança desse quadro.

Hoje se tem a maior biblioteca do mundo ao alcance de todos, ou seja, a Internet, e nem com isso a busca pela leitura se revolucionou. Vários portais dispõem de muita cultura de boa qualidade, além de ensinamentos ao alcance de qualquer um que tenha o interesse de aprender, mas são poucos os que procuram esse tipo de informação, preferem ver as mulheres-hortifrutigranjeiro a saciar-se com alguma obra de Machado de Assis ou ler uma matéria de Veja.

As consequências disso para o país são gravíssimas, o país pode vislumbrar o nascer de um povo ignorante, sem cultura, incapaz de exercer plenamente sua cidadania por conta da falta de instrução, que poderia ser evitada com a prática da leitura informativa e cultural.

Isso tudo ainda pode ser mudado, ou seja, nem tudo está perdido. Se a mentalidade em relação à educação começar, desde já, a ser mudada, ainda há tempo de salvar as novas gerações do abismo da ignorância que separa o povo do desenvolvimento. As crianças e os jovens são terrenos férteis onde se deve ser plantada a cultura e os bons hábitos de leitura e de fomento ao saber. Sem cultura não há plena liberdade, um povo não pode exercer seus direitos sem ao menos saber quais são. Um povo que reclama ao invés de procurar saber o que está errado não chegará a lugar nenhum, ficará estagnado no tempo e no desejo de melhorias.