A Família do Século XXI
Todas as pessoas costumam indagar como será a família no dia de amanhã. Esta questão se renova a cada dia, já que nascem tantas mentes com idéias diversificadas.
Acredito no futuro da família, e creio que o mesmo ocorre com a maior parte dessa nova geração de jovens que irão modificar o mundo neste novo século.
Presenciamos todos os dias, em nossas casas (e também na de nossos amigos) a monótona vida, este cotidiano tenebroso que nos faz pensar em soluções para tanta discórdia, tanto materialismo, tanta hipocrisia e preconceito. É isso que assistimos na televisão, é isso que nos faz sofrer. Porém, o que mais nos intriga é que estes distúrbios estão presentes em nossos próprios lares, o crime é executado dentro de nossas escolas, a miséria está presente onde quer que estejamos.
Mas a miséria maior que existe (não a material, que nos entristece) é a pobreza de espírito, que abate a todos nós. Este desequilíbrio se difunde por toda a parte e nós não podemos fazer nada para acabar com isso.
Há muitos que dizem que a família não existe mais, que ela não é mais como era antigamente. Mas se nós estudássemos o cotidiano da antiga família perceberíamos que esta era cheia de preconceitos (como as de hoje), cheia de crimes secretos, em sua maioria. Enfim, continha muitas aberrações.
Nós, os jovens do século XXI, o que temos de fazer ? Temos muitas tarefas a executar, embora poucos tenham consciência disso.
Já está mais do que provado que este mundo é falho, parece que nada tem resolução, que tudo perdeu o seu encanto, que toda humanidade está revoltada. Os jovens expressam isso em suas músicas. A culpa é de quem ? Não estamos aqui para culpar ninguém. Não podemos dizer que a culpa está lá em Brasília, que a culpa é do presidente. Os presidentes possuem uma grande responsabiliade em suas mãos, mas as nossas são ainda maiores que as deles.
Devemos começar dentro de nossas casas a mudar este mundo. Não podemos ser covardes, não podemos fugir desta nova realidade. Estamos colocando uma venda em nossos olhos para não ver o que está muito visível.
Ás vésperas do último eclipse deste século (XX), muitos estavam temendo o fim do mundo, o fim dos tempos. Algumas pessoas se precipitaram a ponto de cometer suicídio e praticar atos ilícitos.
Existe um livro feito pelo Criador deste universo que todos conhecem, que nos diz que esse mundo vai acabar, que o fim dos tempos está próximo. Mas todas as pessoas, todas as famílias se esqueceram disso e reagem com covardia. Nem se quer entenderam o que ele quis dizer ao afirmar que seria necessário que esta geração perversa, cruel e de pessoas ignorantes tivesse que acabar. E realmente deve acabar, para assim surgir uma humanidade melhor, um mundo melhor.
Se alguém me perguntasse o que penso a respeito no novo milênio, ou como será a família do século XXI eu diria com todas minhas forças que tudo será melhor. E sabe por quê ? Porque nós, os jovens, vamos trabalhar com nossas próprias mãos e com eficiência no cultivo do bem.
A família existe aqui, hoje a "sua" família que terá forte presença no dia de amanhã. Será uma família de atitude. Terá consciência que ambos, pai e mãe, deverão ser o bálsamo do amor e da doçura. A palavra preconceito não existirá em nosso vocabulário, porque todos nós somos irmãos diante da divindade.
Aos poucos a família tradicional, aquela que trata seus filhos como posse, que só pensa no bem-estar material e se esquece do espiritual, do amor, estará acabada. Haverá, então, a nova hierarquia onde as pessoas não pensarão só em sí mesmas, no seu próprio sustento, nos seus prazeres, ou em sua fútil diversão.
A família do século XXI irá agir, fará desse mundo um lugar agradável, de transformação. Não pensará apenas em "ter", extrair, usar a mãe natureza. Passará a plantar, cultivar e instruir. A família do século XXI mostrarará a sua "cara" e irá "mexer"com tudo e não só "mexer a bundinha".
Os grupos familiares terão de ser, acima de tudo, a união. O diálogo estará presente em todos os lares, a concórdia e o respeito irão prevalecer, principalmente.
Ás vezes me pergunto porque tantas coisas não dão certo hoje em dia. Se não há resolução, é porque estávamos agindo de maneira errada. Existe uma outra maneira de agir, uma forma nova, já que a antiga já se foi, já durou o que tinha que durar. Agora só compete a nós, dentro de nossas casas, começarmos do zero, ajudarmos este planeta, construirmos, mas não "coisas" que destroem, mas sim coisas a favor da vida, coisas para o bem geral do planeta. Não devemos ter pensamentos egoístas ou gananciosos, pois já percebemos que é por aí que erramos. Devemos estar tranquilos e conscientes de que toda perversidade irá se acabar. É claro que não será de uma hora para outra, não será de imediato. Porém, nunca é tarde para começarmos a revolução, a nova era.
Os filhos de amanhã não serão tão dependentes de seus pais, terão liberdade de pensamento, de escolha, para o bem. Os pais serão responsáveis não por delinquentes, mas sim por benfeitores, por gente com objetivos, por crianças bem influenciadas. Mas para que isso aconteça, terá de haver uma grande mudança nos meios de comunicação. Não poderá haver dominados, nem dominantes. "Todos seremos dirigentes", como dizia Brecht.
O processo será lento, mas melhorará a humanidade. A família terá destaque em muitas coisas, pois será unida.Terá certeza de seus propósitos, não prejudicará seu habitat. Pensará melhor nos prós e contras da tecnologia, que mais prejudica do que facilita nossas vidas. Terá mais saúde, porque não se alimentará de coisas tão nocivas e terá, finalmente, melhor qualidade de vida.
Infelizmente, todos nós, desde a criança até o velhinho, somos mal influenciados pela televisão, que só nos apresenta as mesmas chatices de sempre: as novelas e os programas poderiam apresentar matérias para enriquecer as pessoas com soluções e não para induzi-las com processoas decadentes que não trazem nenhum bem, tendo apenas como objetivo atingir "ibope"com cenas de apelação.
Tornamo-nos famílias que não pensam por sí próprias e que não acreditam que a vida possui um sentido. Nós, seres humanos nos achamos experts em nossas invenções e agora estamos sofrendo as consequências da tecnologia. Somos tão "inteligentes"que prejudicamos a nós mesmos e aos outros seres que dividem o planeta conosco, como as plantas, os animas, os minerais e tudo o que existe.
Isso acontece muitas vezes quando estamos tranquilos e contentes em nossas casas, com nossos familiares e de repente, falta água ou luz. Pode até mesmo cair uma avião sobre nossas cabeças. Sempre que acontecem coisas assim, a primeira reação é culparmos alguém e nos esquecemos que nós é quem somos culpados e responsáveis por nossos atos. Já estamos tão mal acostumados e acomodoados em fazemos tudo de qualquer jeito que não existe boa vontade para mais nada.
As pessoas estão acostumadas a "fazer filhos e mais filhos" e até isso será diferente porque elas passarão a pensar muito mais em suas obrigações como pais, e dessa maneira diminuirão assim os índices de natalidade. Como a professora de história disse certa vez: "Seremos um país de velhos". Pois então, no século XXI os idosos serão jovens também, não falo de embalagem, e sim de espírito.
Tudo o que há de material em nossas casas pode até se acabar. Só não poderá acabar o esclarecimento, o conhecimento, a persistência nas ações em benefício do grupo. Não podemos nos deixar enganar, devemos ter acima de tudo a liberdade de pensamento para cultivarmos esta nova semente dentro de cada um de nós, estabelecer metas comuns a todos. E temos muito espaço para isso porque o universo é imenso.
Pais, filhos, tios, avôs, todos podem fazer do novo século um novo tempo, uma nova era. Não será fácil, pois tudo exige paciência e persistência para superar obstáculos. Mas, como diz Ivan Lins naquela canção:
"Com força e com coragem, a felicidade há de se espalhar por toda eternidade".
E nós seremos felizes sim, se assim quisermos, se lutarmos por nossos direitos. Não se esquecendo que os deveres serão muito maiores.
Texto divulgado no livro "A Família do Século 21 - Uma Perspectiva Brasileira". (Quando aluna do ensino médio no Colégio EE Dr. Carlos Augusto de Freitas Villalva Júnior participei do concurso internacional de Redações Docu Word Authors promovido pela Xerox Corporation em parceria com a Secretaria de Estado da Educação de São Paulo, em 1999).