Fórum Social Mundial (Belém)
Um grupo de acadêmicos de turismo em uma das salas da Fabel, sob a orientação do professor Marcos Aurélio, soube que pela primeira vez, em fevereiro de 2008,que o Fórum Social Mundial, aconteceria na querida Belém em janeiro do ano seguinte, desde então os acadêmicos de turismo da referida instituição começaram a articular o pensamento de atuarem como voluntários no mega evento e assim ao chegar o mês de janeiro do presente ano, alguns colegas leram nos principais jornais da cidade algo a respeito de um curso de capacitação que seria ministrado aos candidatos a voluntário que seria uma parceria entre a empresa Expansão Educação e o Governo do Estado. A capacitação ocorreu no prédio do Berço de Belém do dia 12/01/2009 ao dia 17/01/2009, foram capacitadas 1.500 pessoas de ambos os sexos e de todas as idades, toda classe social e nível de instrução. Estavam, presentes, intuídos pelo prazer de receber turistas de todas as partes do mundo, quatro alunos da Faculdade de Belém - Fabel, seus nomes Patrícia, Edemir, Maria Benedita e Vilma, para os acadêmicos estar atuando no Fórum Social Mundial seria estar envolto em uma enorme gama de expectativas no sentido de troca de experiências e aprendizado de culturas diferentes, conhecimento e acima de tudo o fato de estar engajados em um evento de tão grande porte e muito importante para o setor turístico da grande Belém.
A experiência foi muito gratificante para todos principalmente no se refere a trocas culturais, os muitos cargos delegados a todos os voluntários foram: portaria, assistente de sala, informador turístico, chefes de equipes, interpretes e tradutores e muitos outros, momentaneamente, não lembrados, fizeram parte da vida dessas pessoas que deixaram suas famílias, suas casas e até seus afazeres e ocupações para doar um pouco de si e de seu tempo e porque não dizer doar também carinho às pessoas que deixaram sua terra natal objetivando estudos e palestras em níveis mundiais, abrangendo todos os assuntos de interesse das comunidades locais e não locais em prol de um mundo melhor.
É muito difícil em um mega evento tudo ocorrer absolutamente certinho, sem erros, e como tudo tem sempre dois lados da moeda, olhando um dos aspectos negativos de tudo o que ocorreu na cidade, expõe-se o fato de muitos voluntários, com nível de instrução elevada, alguns com o domínio da língua inglesa, foram locados para atuarem na área hoteleira, como informadores turísticos, porém quando estes chegaram aos hotéis e foram recebidos friamente com aquela falsa educação (ou ética?), todavia, na recepção ninguém nunca sabia informar absolutamente nada, o voluntário teria que procurar pela lista de freqüência e assiná-la todos os dias, para que no final do Fórum pudessem receber o certificado prometido. Não havendo listas, não haveria assinaturas e, portanto, o tal almejado certificado, fatalmente seria ignorado. Na verdade o Governo nada tem haver com isso e muito menos a Empresa Expansão, o que existe infelizmente é a ignorância da classe empresarial, esta sim não deu abertura, na verdade, os empresários dos hotéis não queriam voluntários por perto em seus estabelecimentos, houve casos de voluntários que foram dois dias para hotéis, perderam tempo, dinheiro de condução e nada acontecia.Depois, a empresa Expansão Educação remanejou estes para outras instituições e delegou a eles outras atividades, havia muito trabalho na UFPA, UFRA e Colégio MÁRIO BARBOSA, a maioria dos informadores turísticos que atuariam em hotéis foram locados nas instituições citadas, que são situadas onde foi denominado” corredor do Fórum.”A partir desse momento, os voluntários iriam encarar serviços e atividades diversificadas, talvez muito diferentes daquelas pretendidas, seria a ocasião do futuro bacharel em turismo mostrar todo o seu conhecimento de caráter multidisciplinar e procurar desenvolver quaisquer que fosse a atividade mostrando boa recepção em qualquer área e com quaisquer pessoas.Dos quatro colegas citados no inicio deste trabalho, duas acadêmicas foram parar na cozinha do Colégio Mário Barbosa, lá estava abrigado várias tribos indígenas,uma delas os Kaiapós, eram 1.500 índios, entre todas as tribos, culturas diferentes que variavam de uma tribo para outra, alguns não comiam isso ou aquilo, na verdade por dia eram servidas 2.000 refeições, pois contava-se com as cozinheiras contratadas e as pessoas encarregadas da limpeza, as voluntarias foram muito bem tratadas esse cenário serviu para o fortalecimento de algumas amizades e também para a construção de novos laços de amizades, o contato com os indígenas foi uma experiência gratificante, eles amam serem fotografados desde que seja com suas devidas permissões, eles gostam de fazer pinturas no corpo tipo tatuagem neles e nos outros, falam português com os outros, porém entre si falam suas línguas,há a venda de artesanatos amazônicos, que comumente, chama-se de bijuterias, em larga escala, todos confeccionados com sementes naturais e manuseados por eles mesmos, são colares, brincos, pulseiras, uma gama de artefatos que ajudam a embelezar a mulher da região amazônica.Destaque para os brincos de sementes com penas de papagaio, um luxo.
Para os Belenenses fica a satisfação da realização do Fórum Social Mundial, que ocorreu de maneira tranqüila e satisfatória, sem maiores problemas, e também a saudade do fluxo de pessoas estrangeiras indo e vindo, a todo o momento, pessoas com trajes, culturas e falas diferentes dentro dos ônibus, paradas, taxis, enfim, a cada esquina algo novo, estudantes, o que faz lembrar uma cidade portuguesa chamada Coimbra. Pode-se dizer que Belém viveu seus dias de Coimbra. E para aqueles que falavam mal de Belém, referindo-se da falta de infra-estrutura, referindo-se ainda que, de maneira errônea, da falta de educação dos paraenses, apenas, diz-se: mas foi “aqui” que o Fórum aconteceu e na história isto não poderá ser mudado.
OBS:Eu fui uma das voluntárias que atuei na cozinha do colégio, magnifica experiência, valeu!