Mulher: sexo frágil? *

Tidas como representantes do sexo frágil, as mulheres, a cada ano, vem ganhando mais espaço, no cenário competitivo que se apresenta atualmente. Apesar disso, continuam sendo vítimas dos mais variados tipos de violência.

A mulher de hoje, decidida, centrada, está há anos luz daquela do século XIX, por exemplo, quanto ao grau de participação na sociedade e de intelectualidade. Elas, porém, guardam um aspecto semelhante entre si: ambas foram vitimadas pelo preconceito de uma sociedade patriarcal, fundamentada nos ditames masculinos. Remotemos, nesse ponto, ao século XIX, quando presa aos mandos e desmandos do marido, seria única e exclusivamente para atendê-lo. Agora, os resquícios desse controle ainda são verificados nos dizeres machistas, tais como “mulher foi feita para pilotar fogão” dentre as quais de forma irônica, muitos foram assimilados por elas mesmas. Aludiu-se, anteriormente, à violência social- chamemo-la assim- que também pode ser exemplificada pela discrepância entre os salários delas e dos homens cujas funções coincidem e pelas exigências de certos estabelecimentos que as privam de um direito inerente a elas, proibindo que engravidem, sob argumento de que tal situação representa perdas financeiras para a empresa.

Outro tipo de violência mais explicita é a sexual. No país, inúmeras mulheres sofrem agressões. Segundo dados de 1992, (sic) metade dos casos está relacionada à recusa do sexo forçado. Muitas vezes, alcoolizados e /ou sob ação de entorpecentes, os parceiros forçam as suas companheiras a manterem relação sexual, ou seja, estupram-nas. Isso vem a confirmar que 50% dos estupros ocorrem dentro de casa. Ignorante, ou então temerosa, a pessoa violentada, na maioria das vezes, não expõe o fato nem denuncia o agressor a órgãos especializados, contribuindo assim para a manutenção da impunidade. A situação de condescendência agrava-se quando a vítima tem filhos e /ou não dispõe de meios para se manter, uma vez que o violentador se apóia nesse fato. Não obstante, algumas já conhecendo os seus direitos, vão a delegacias especializadas onde denunciam os agressores com a esperança deverem-se livres da violência.

Com efeito, a parcela das mulheres que desconhecem seus direitos, submissa e dependente financeiramente, ainda pode ser considerada frágil. Em contrapartida, aquelas que são independentes em conseqüência de um bom grau de escolaridade, as que se respeitam e que são respeitadas, em número cada vez maior, estão longe de serem incluídas no clube do sexo frágil.

*Redação elaborada para a disciplina Ensino da arte, da 3ª série do Ensino Médio, com base no texto “Mulher gosta de apanhar?” (Gilberto Dimenstein, Folha de São Paulo, 29 nov, 1992) em 22 de outubro de 2002.

** As opiniões e análises contidas nesse texto não necessariamente condizem com as atuais. (04 de janeiro de 2009).