As surpresas que a vida nos reserva

Era uma pessoa feliz, me sentia realizado até o momento. Claro, não dispensava uma oportunidade de arrecadar cada vez mais dinheiro. Havia sempre um modo de ganhar dinheiro às custas dos outros, o que era até fácil. Só que me aconteceu um fato interessante que me fez ver a vida de modo diferente.

Certo dia, começou uma chuva intensa, que por dias não parou. Começaram então algumas enchentes, que foram aumentando cada vez mais e alagando o que podiam. Vieram em seguida os casos de deslizamentos - que também não pararam mais.

Acompanhava tudo pelo jornal, não me comovia o fato. Apenas pensava: "Ora, problema delas, deveriam ter analisado melhor as condições do terreno antes de construir. Eu por exemplo construí minha casa em um ótimo lu...". Não deu tempo de completar meus pensamentos. Minha casa estava caindo. Corri o quanto pude, com medo, mas revoltado. Me livrei da morte, mas a vi de perto.

Fui salvo por bombeiros, muito prestativos inclusive, depois vim a saber que não dormiam a dias, passei a admirá-los. Me levaram para um abrigo, um pátio. As pessoas estavam amontoadas ali, sem o mínimo de higiene e sem notícias de parentes.

As cenas que via todo dia, a tristeza daquelas pessoas me tocou, fiquei muito comovido e vi que havia muito o que agradecer a Deus.

Foi então, que me tornei um voluntário nessa luta do Estado de Santa Catarina, quase todo meu dinheiro foi investido para salvar essas pessoas. Sinto-me uma pessoa muito melhor agora, pois tive oportunidade de ajudar, tive um sentimento que nunca mais vou esquecer e deixar de sentir: a compaixão.

Inês Freitas
Enviado por Inês Freitas em 23/12/2008
Reeditado em 23/12/2008
Código do texto: T1349895