Sete minutos de reflexão
Um homem discursava em frente a seu espelho... Estava testando o seu carisma e seu poder de persuasão, mais não encontrava nada interessante para treinar. Então olhou em cima da pia e viu em antigo bilhete em que estava escrito: “Volto as sete, por favor não se atrase para o jantar”. Era um bilhete do dia anterior, mais ele viu ali uma forma de exercitar sua mania... Volto as sete... Sete... Resolveu fazer ponderações sobre este número:
- Dizem que o homem tem sete faces, que o gato tem sete vidas, que a semana tem sete dias. Eu prefiro pintar o sete em vez de tentar compreender por que setentrional não tem nada a ver com sete e por que setembro não é o sétimo mês do ano.
“E por falar em setembro, dia sete deste mês é comemorada a nossa independência. Será que esta data não foi escolhida só para poder rimar: sete de setembro, assim como nove de novembro e dez de dezembro...
“Não sou só eu que gosto de setes, veja bem... Carlos Dumont de Andrade escreveu um poema intitulado poema de sete faces onde entre outras coisas, descrevia períodos de sua vida em sete pedaços... interessante, camarada legal, mais podia aparecer, se é que não tem, um outro louco que escrevesse um livro com o nome: SETE, com sete capítulos, sete parágrafos em cada capítulo e sete palavras em cada parágrafo... ia ser um sucesso.
“É curioso, mais não mais curioso de que isto: Deus fez o mundo em seis dias e descansou no sétimo como diz a bíblia. Se descansou é por que era um dia importante então, todo dia sete devia ser feriado...
“E por falar em Deus, ele disse que devemos perdoar não só sete, mais setenta vezes sete. E não se referia somente a quatrocentos e noventa vezes, ele se referia a uma infinidade, daí podíamos dizer que já se tem a descrição de infinito e que ela nasce do sete...
“Calma aí, calma aí acho que já estou começando a exagerar. Bem que eu podia ter ido para o futebol. Nem nas respectivas comemorações dos únicos sete campeões mundiais se ouviu tanta loucura. Há, mais quá, dizem que de médico e louco todo mundo tem um pouco. Acho que eu tenho muito é de presidente... bem que eu podia ser presidente de um dos países do G7, seria tão divertido... mas eu também me contentaria em ser apenas o mestre de cerimônias deste encontro.
“Bom, talvez ele fosse mais fácil a trezentos anos atrás quando os Estados Unidos era ponto chave de uma guerra entre França e Inglaterra. Foi a Guerra dos sete anos. Podia nem ter começado, mais durou o tempo suficiente. Sete é o meu número da sorte...
Ouviu um barulho... era sua mulher chegando. Se ela estivesse de TPM enfrentariam agora uma guerra de até sete dias...
“Querido”, chamou a mulher com voz doce enquanto o sujeito respirava aliviado...
- Estou aqui...
- Nossa desde quando você está em frente deste espelho e ainda nem fez a barba?
- Sei lá, que horas são?
- Sete horas...
- Bom, devo estar aqui a uns sete minutos...
- Você não se esqueceu de seu compromisso, esqueceu?
- Não, eu sei que o Bola 7 vem me pegar para jogar sete vezes três.
- O que é sete vezes três?
- Vinte e um...
- Querido, não é disso que eu estou falando.
- Então,... de que?
- Você se esqueceu que hoje é nosso aniversário de casamento?
- Não, não respondeu desconsertado eu estava só brincando com você! Eu sei que hoje é nosso aniversário de sete anos de casamento e hoje, eu vou te transformar na minha oitava maravilha do mundo...
Sabrina Souza Miranda
25 de novembro de 2002
BEM, ERA PARA SER ASSIM, MAS TEVE QUE FICAR ASSIM...
A vida tem suas curiosidades. E esta semana parei para pensar como é curiosa a vida de uma semana. Ela só tem sete dias e mesmo assim é uma semana completa. Isso, de acordo com o nosso sistema decimal poderia ser um erro, mais é uma prova de que outros números podem ser tão úteis quanto o dez.
Mas vejamos mais sobre o sete, por que este parece ser o meu número da sorte hoje. Quem imaginaria a setenta anos atrás que até hoje, apenas sete países teriam ganhado o prêmio máximo do futebol mundial. Mais curioso ainda é imaginar que daqui a aproximadamente sete anos, o Brasil pode estar ganhando este prêmio pela sétima vez (e que os anjos digam amém).
Mas não é só no futebol que este número faz sucesso. A Bíblia, por exemplo, é um livro sagrado de milhares de anos e nela já se demonstrava a importância do sete. E posso citar três exemplos: Um é em Gêneses, quando narra-se a criação do mundo em que Deus criou a Terra em seis dias e descansou no sétimo. Se descansou é por que era um dia importante, então todo dia sete deveria ser feriado. Um outro exemplo são os sete pecados capitais impostos pela Igreja; e por último e talvez mais importante, quando Pedro se aproxima de Jesus e lhe pergunta: “Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?” E Jesus lhe respondeu: “Não te digo até sete vezes, mais até setenta vezes sete”.(Mateus 18, 21s).
No entanto, não interpretem isso como apenas quatrocentos e noventa vezes, mais como uma infinidade de perdões. Sendo assim, poderíamos dizer que acabamos de descobrir o infinito e que todas as contas bancárias acima deste valor estariam infinitamente cheias, que toda cidade acima deste número de habitantes estaria infinitamente lotada e que toda população de uma certa espécie animal acima deste número estaria infinitamente infestada como a de gatos, por exemplo.
E por falar em gatos, quem já não ouviu aquela história de que gatos têm sete vidas. Vai ver que o sete é o número da sorte deles também, mais se for, por que logo no fim da sétima vida eles têm que morrer? Talvez não seja de tanta sorte assim!
É, a vida tem mesmo de suas curiosidades: as sete vidas de um gato, os sete dias da semana, as sete faces do homem. Carlos Drummond de Andrade que o diga quando escreveu o Poema de Sete Faces em que repartia a vida em sete pedaços. Até ele concordava que o sete é um número importante.
E essas curiosidades não param por aí, muitos preferem pintar o sete em vez de entender porque setentrional não tem nada a ver com o sete e porque setembro não é o sétimo mês do ano; porque no jogo de bilhar a bola que vale mais é justamente a sete e porque nossa chamada “Independência” foi justamente em um sete de setembro.(Será que não foi só pra rimar, assim como nove de novembro e dez de dezembro?).
Mas há muito mais entre o sete e o nada do que possam sonhar a nossa vã matemática. Quem diria que de quase duzentos países que existem no mundo, apenas sete fossem os mais importantes, os ricos e os mais poderosos. Coincidência!? Talvez mais do que isso, mais quem poderá provar...
Já estou quase terminando, mais antes gostaria de lembrar de uma maravilha em forma de sete: As Sete Maravilhas do Mundo. Elas não eram oito, nem eram seis, no entanto hoje só uma pode ser apreciada uma: foi a inveja da mãe natureza que também só era uma...
Assim, encerro esta sessão de curiosidades querendo deixar claro que existem muito mais coisas pra se falar sobre o sete que seriam capazes de encher sete folhas (se não setenta) em que se veria claramente a importância do sete em nossas vidas, assim também como a do um, a do dois..., não ficando nossa sociedade restrita somente ao sistema decimal, mas ampliando sua visão para números marginalizados e excluídos.
Sabrina Souza Miranda
30 de novembro de 2002