CONFISSÃO

Talvez eu tenha algo dos poetas.

Permitam-me explicar: nas minhas andanças tenho a mania de procurar nas folhas e flores maravilhas detalhadas. Olho para o lindo azul do céu, mas fico sugerindo outras cores como na exibição do

arco-iris. Ainda no céu, atento-me na passarela das moventes nuvens, temerosas ou mansas na variação de tantas formas. Exalto

o sol, quando chega e quando sai na troca de brilhos com os astros

da noite. Sobre a lua, sinto sua claridade,não cogitando se própria

ou emprestada. Dia claro, abaixo das nuvens, fico atraido pela re-

voada dos pássaros nos seus vôos, suas cores, seus cantos, seus

amores. Entre as pessoas, fito demoradamente os olhos, pois neles

está a melhor amostra de cada alma. Quanto à espécie humana,

minha sensibilidade se abala com o descompasso entre os grandes lances do cérebro e as pequenas manifestações do coração. Ainda,

ao meu exame, um dos melhores retornos à minha inspeção é o

que me mostra o sorriso das crianças.!

Edson Freire
Enviado por Edson Freire em 28/11/2008
Código do texto: T1307873