Utopia

Almejada pelo homem desde os primórdios de sua socialização, a paz está se tornando, cada vez mais, uma utopia. Por ter uma natureza conflitante, o homem sempre encontrou dificuldades para encontrá-la. É o que confirmam os noticiários a cada dia. Será que os instintos estão superando a razão?

Há muito, a humanidade tenta conter seus instintos. Dentre os meios que a auxiliam nesse controle, as religiões têm papel fundamental. Quase todas elas colocam a paz, tanto a social, quanto a pessoal, no centro de suas convicções. Consideram-na fundamental para a vida. Porém, a história vem nos mostrando que tais tentativas não têm tido muito sucesso. História essa, recheada de guerras e conflitos étnicos. Nesse diapasão, o massacre de judeus pelo nazismo, a explosão da bomba atômica no Japão e o ataque às torres gêmeas nos EUA foram os exemplos mais marcantes.

No campo social, a realidade não é diferente. Aqui, os conflitos são internos e as causas são outras, como a pobreza e a desigualdade. Porém, a violência é a mesma e milhares de vidas são ceifadas a cada dia. É o que se vê nos conflitos pela posse da terra, na violência urbana, no trânsito, nos assaltos e latrocínios. A fome, que mata milhões a cada ano, não deixa de ser, também, uma violência.

Apesar de perceber que a paz é fundamental, o ser humano não consegue pô-la em prática. As diferenças sociais e culturais potencializam as disputas humanas, tornando a paz um sonho cada vez mais distante. E, se o homem não se empenhar, cada vez mais, em reduzir tais diferenças, uma utopia, realmente, ela se tornará.

Jack Cannon
Enviado por Jack Cannon em 20/10/2008
Reeditado em 21/10/2008
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