É uma agonia...

E aquele telefone tocando o tempo todo me desespera. Milhares e milhares de chamadas não atendidas, milhões de mensagens não respondidas.

Não faz mais sentido.

Todos os dias sempre as mesmas coisas, sempre os mesmos lugares, sempre as mesmas pessoas... sempre o mesmo vidro do ônibus que, quando encosto a cabeça nele, me mostra que existe uma vida lá fora. Talvez não feita pra mim, mas existe.

Sem fome. Sem sono. Sem nexo. Sem nada.

É uma saudade...

De tão grande já não cabe mais no meu peito. Fotos, fotos e mais fotos. Minha caixinha de cartas, minhas agendas rabiscadas... muita coisa ainda dói.

Memória de elefante. Vai me fazer lembrar dos cheiros, dos olhares, das manias, de cada detalhe imperceptível aos olhos de quem não se importa ou de quem só passa na rua.

Eu não sei. Eu não posso. Eu não vivo.

É uma vontade...

De apagar da memória certas coisas, de poder voltar no tempo, de sair sem rumo, sem destino e sem pressa pra voltar.

É a vontade de entender o porquê de sentir coisas que ninguém sente, de enxergar coisas que ninguém vê.

É um grito contido...

Um sufoco por não poder falar, por não poder gritar aos quatro cantos do mundo o que só eu sei. O que só eu sinto. O que só eu peço todos os dias antes de dormir.

É um brilho nos olhos que me intriga...

Que me passa uma verdade maior do que qualquer outra que eu já conheci. Que me faz querer ficar perto. Que me preocupa. Que me faz falta.

É a racionalização...

De nem sempre ter forças pra lutar contra o que "cai de pára-quedas". De que tudo vai. Tudo flui. E, se Deus puder, Ele abençoa.

É o coração apertado. É o choro. É o ficar olhando a Lua às 2 da manhã.

...

Definitivamente, é a vontade e a necessidade de se ter um colo.

DirtyBallerina
Enviado por DirtyBallerina em 16/10/2008
Código do texto: T1231160
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.