Trabalho digno e para todos
Desde os tempos mais remotos, o homem e o trabalho vêm protagonizando uma relação de amor e ódio. Se, por um lado, “o trabalho dignifica o homem”, ele também explora, escraviza, maltrata. O grande desafio atual está em fazer com que o trabalho não seja apenas uma forma de ganhar dinheiro, mas uma atividade digna e humana.
Nossa Carta Maior, em seu artigo 170, definindo a finalística da ordem econômica e financeira, profere: “assegurar a todos existência digna conforme os ditames da justiça social”. No mesmo diapasão, um dos objetivos do direito do Trabalho é a melhoria da condição social do trabalhador. Na sociedade moderna, quatro situações impedem que tais fins sejam alcançados e são os principais responsáveis pela falta de dignidade no trabalho: a exclusão social; o trabalho informal, que não deixa de ser também uma exclusão; o trabalho escravo, que absurdamente ainda existe e o trabalho infantil. As razões pelas quais tais situações são prejudiciais ao verdadeiro e almejado trabalho, digno e para todos, são óbvias e não necessitam elucidação. Fica claro, então, a necessidade de que esses problemas sejam erradicados ou, pelo menos, minimizados.
Durante muito tempo, a discussão da problemática trabalhista teve como foco apenas o desemprego. Atualmente, passou-se a analisar também a qualidade do emprego ofertado, ou seja, trabalhador, além de ter um emprego, precisa sentir-se digno nele.
Para que isso aconteça, uma cooperação mútua entre Estado e sociedade torna-se necessária, no sentido de erradicar os trabalhos escravo e infantil, além de combater a exclusão e o desemprego. Só assim, garantir-se-á à sociedade uma atividade laboral digna e plena.