Ao meu amigo, Vicente
Ontem eu vivi um dos momentos mais emocionantes de minha vida. Para que você possa compreender eu vou ter que explicar que sempre me senti um peixe fora d’água em minha cidade. Acreditava que as pessoas desgostavam-se com a minha presença e que o meu jeito de ser as agredia constantemente.
Vim de uma cultura diferente, sou filho de uma austríaca, ela e sua família vieram da Áustria praticamente fugidos entre as guerras, com todas as lembranças negativas que se pode guardar em uma situação como estas. Cheios de medos e receios, vivendo em um país estranho, com uma língua diferente e costumes mais ainda.
Saí daqui para ir morar em outras plagas há mais de trinta anos e depois de ter saído bem pouco contato tive com as pessoas, quando retornava aqui a passeio. Achava que os amigos jamais iriam lembrar-se de mim. Isso foi para mim certo martírio, sentia-me rejeitado como se fosse eu mesmo uma pessoa sem lugar, um estrangeiro.
Ontem, no entanto, uma pessoa gritou o meu nome no meio da multidão e quando parei me perguntou? Você é o Ricardo? Eu sou o Vicente que estudou com você no primário. Eu fiquei aturdido, sem saber o que dizer. Alguém que se lembrava de mim, na minha infância. Deus do céu, que responsabilidade temos uns com os outros!
Ontem eu vivi um dos momentos mais emocionantes de minha vida. Para que você possa compreender eu vou ter que explicar que sempre me senti um peixe fora d’água em minha cidade. Acreditava que as pessoas desgostavam-se com a minha presença e que o meu jeito de ser as agredia constantemente.
Vim de uma cultura diferente, sou filho de uma austríaca, ela e sua família vieram da Áustria praticamente fugidos entre as guerras, com todas as lembranças negativas que se pode guardar em uma situação como estas. Cheios de medos e receios, vivendo em um país estranho, com uma língua diferente e costumes mais ainda.
Saí daqui para ir morar em outras plagas há mais de trinta anos e depois de ter saído bem pouco contato tive com as pessoas, quando retornava aqui a passeio. Achava que os amigos jamais iriam lembrar-se de mim. Isso foi para mim certo martírio, sentia-me rejeitado como se fosse eu mesmo uma pessoa sem lugar, um estrangeiro.
Ontem, no entanto, uma pessoa gritou o meu nome no meio da multidão e quando parei me perguntou? Você é o Ricardo? Eu sou o Vicente que estudou com você no primário. Eu fiquei aturdido, sem saber o que dizer. Alguém que se lembrava de mim, na minha infância. Deus do céu, que responsabilidade temos uns com os outros!