Inautenticidade cosmopolita

Há um termo, que também é um tema, difundido na filosofia: o inautêntico, sendo rapidamente percebido que o prefixo 'in' quer negar a autenticidade, sendo assim o que seria este ser inautêntico?

Primeiramente esta questão é difundida por diferentes filósofos passando pro Hegel, Heidegger, Sartre, entre outros, sendo que cada pensador tem uma análise semântica diferente, ou usando um termo do latim uma "ocullata", ou seja, uma visão da questão abordada. Relacionando o termo analisado com o título supracitado, podemos analisar também o que é esta cosmopolita, pois bem cosmo lembra grandeza, o cosmos, sendo que a raiz semântica nos remete a um ordenamento, ja polis, do grego cidade. Com isto analisaremos a inautenticidade cosmopolita, ou seja, a falta de autenticidade dos moradores das grandes cidades, para isto nos basearemos mais no pensador contemporâneo Martin Heidegger.

Em sua obra de maior destaque "Ser e tempo", o filósofo em um certo parágrafo analisa o Dasein quando vive de forma inautêntica, sendo que Dasein é um termo alemão que significa "ser-aí", ou seja, este ser aí, a qual o homem faz parte é "lançado" no mundo, daí uma das bases da fenomenologia e "inspiração" para o existencialismo, ou seja, se somos lançados no mundo vamos construir nossa existência de acordo com nossas relações, e aqui abrimos um parenteses para falarmos que a fenomenologia é muito mais complexa do que isto, porém, nesta breve redação nos ateremos neste aspecto. Sendo o homem feito com suas vivências, então por que vive inautenticamente?

Primeiramente, só somos autênticos quando assumimos que somos feitos para a morte, ou seja, todos iremos morrer, porém, vivemos de uma forma como se esta realidade tão radical não existisse, e assumimos valores que não são os nossos, casamos por convenção, consumimos porque coisas nos são empurradas e assumimos estas como se fizessem parte de nosso ser... e sempre encontramos motivos para assumirmos nossa inautenticidade, por exemplo: será que casarei com uma mulher porque realmente a amo e não suportaria a idéia de não dividir um teto com ela, ou somente por convenções do tipo, ah... chegou a idade, todos os meus amigos já se casaram... enfim quase sempre caimos no senso comum, e não assumimos nossos verdadeiros desejos, valores e aquilo que mexe com nosso mais íntimo, sendo assim, assumimos nossa vida inautêntica, e detalhe nos achamos " o máximo".

Diante disso fica a indagação: como sermos autênticos? bem, primeiramente assumindo o ser para a morte e entrando numa angustia existencial pois nada nos completa, nós somos incompletos, ou como diria Leonardo Boff: somos um projeto infinito, e se o somos, o que iria completar um projeto infinito? Nada. mas por outro lado podemos ser e assumir algum projeto realmente nosso e "diminuir" esta inautenticida, como exemplo quero ser professor e isto é um sonho muito pessoal e nada pode me tirar deste caminho pois assim estarei assumindo outro papel. Outro exemplo: o que faríamos se fôssemos morrer amanhã? Sim. isto é buscar a autenticidade, pois seria aí nesta real situação que fariamos o possível para nos realizarmos, pois daqui a pouco não seria mais.

Por fim, as sociedades das "cosmopolitas" chega ao nível do ridículo, temos que "entrar" em padrões horríveis, deixamos de ter paz de vermos os outros como um próximo, vestimos roupas que não queremos, trabalhamos em lugares que detestamos, vemos filmes que não nos interessam, frequentamos "baladas" que nos comprometem como seres que buscam um viver ético, enfim a sociedade esta mais doente e alienada do que nunca caminhamos para um caos cada vez mais desumano. Diante disto questionamos: o que fazermos para melhorarmos, não temos nenhuma receita pronta, porém, propomos ao leitor um caminho que poderá nos dar algumas luzes: o caminho da FILOSOFIA. Sendo que diante de tantas correntes filosóficas temos a liberdade de nos encontrarmos e escolhermos um caminho mais viável.

celofilosofo
Enviado por celofilosofo em 11/09/2008
Reeditado em 24/09/2008
Código do texto: T1173063