Terra Nova
Estão: os campos, as vinhas, o milho e seu reascendo.
E também esta o rio, as montanhas, as lombas, os pequenos outeiros, e aqueles outros rochedos que formam falésias e viram ate o mar para enxugar teus cabelos no Aveiro dessas noites incertas.
Está também o escuro:
um homem de fato branco a tentar convocar animas extintas, como essas que se perdem, perdem um intento de salvar a vida contra um tempo que é pretérito, foi deles, nunca esta para voltar.
E o bulício; também esta a fuligem sobre areia, e centenas, milhares de homens e mulheres de cócoras travando ardentes um discurso contra as sombras, como os cantinhos contados de compaixão que os Deuses também nos entregam, se esvaiam como a salgada onda na areia a que fica aderida.
E o altar
Como a bandeira errada, acima dos cegos ninhos, onde pousamos os ovos que mais tarde serão nossos filhos. Estão, dominados por um poder que permite viver sempre num jogo por ele escolhido.
E a historia,
Essa que de nada vale, por ficar isolada na estante mais esguia no livro mais velho na folha mais úmbria, ou entre os dedos menos aptos para continuar iniciando destino com a verdade na frente. Estão bem a beira do amor, como o esquecimento.
Estavam também antigamente o espírito das coisas, um empecilho fatal mudou tudo na arrogância, e agora somos órfãos, e pregamos num descampado local como procuramos de cuidar deuses menores que o hipócrita atende na tela do seu t.v., de segunda a sexta feira.
Estão em horas e horas de forçada resignação, qual uma débil harmonia. De tal vez o principio de um tudo, em nós pudera ser continuo
E os carvalhos, à espera eternas as ninfas das águas, as vozes dos amantes que nos foram fies como velhas acácias jorrando nascentes por dentro da alma. Às vezes como borboletas nascem a lua como assas, contra uma lógica natural a que também desprezamos.
Estão estes, as outras, como presentes são as épocas em que tivemos um destino certo, seguem aí trás as brumas sonoras, como eles aqueles... E logo seu tu, eu, saber na rua se faz virando aos tombos ate um povo interior doido gritar... na espera de novas sementes.