O Além do homem na filosofia de Nietzsche.

Iremos analisar o ponto de vista do filósofo Nietzsche sobre a percepção do além do homem em suas obras, tendo como foco : “Assim falava Zaratustra” e "A Gaia Ciência".

Na primeira, o homem esta sobre uma corda onde há o animal (ou o bruto), se encontra no início, e no final dela; o homem-superior, o homem, portanto, é um meio termo, para se transformar no übermansh (além do homem).

Podemos nos perguntar, com Zaratustra, quem é e o que faz dele um “super”. Pois bem, neste breve ensaio queremos dar aos leitores algumas “pistas” para serem pontos de partida para um estudo mais aprofundado. Segundo o pensador Rubem Alves a tradução melhor do alemão seria homem superior e não super-homem, podendo confundir com os ideólogos norte-americanos e um de seus “heróis populares”.

Este übermansh quer dizer um sim à Terra, tema este retratado no mito do eterno retorno, neste o ser humano se sente convidado a viver esta vida com seus sabores, prazeres, delícias, venenos, loucuras... de uma forma sempre idêntica e inúmeras vezes. Com tão forte "convite" pode haver um amaldiçoamento ou uma benção de quem o convidou. Diante da questão: “queres ainda e uma quantidade inumerável de vezes esta vida tal qual lhe é apresentada? (e aqui poderíamos suspirar um pouco...) seria necessário amar a vida e a ti mesmo para não desejar outra coisa além desta visão suprema e eterna confirmação. Ou poderíamos amaldiçoar este que nos fez a pergunta, aliás, na poética Nietzschiana é figurado um demônio nos questionando.

Aqui poderíamos imaginar na “calada da noite”, onde os silêncios infinitos nos apavora, respondermos sim ou não, seria absurdo vivê-la novamente, um peso aos nossos ombros ou que venha a vida novamente pois seria um prazer amar novamente aquela mulher, se lançar numa fé, ter filhos, enfrentar os inúmeros desafios... será que aceitaríamos ou não este convite? nós o abençoaríamos, ou diríamos: para longe de mim!...

Depois do longo “suspiro” continuamos em outros focos da análise; podemos perceber neste aforismo a presença do homem superior se este apostar na vida, crendo que é bom e belo o viver estando a caminho de se superar. Para isto, ele conta com sua criatividade dando um sentido para a Terra, ou melhor, nem precisa de um sentido, basta viver. Usufruindo de sua criatividade, da leveza, do riso, abençoando a vida e contemplando aqueles que passam ao seu lado.

Vemos no filósofo Nietzsche a valorização da vida, o caminhar leve, o riso, a dança, sim! sua filosofia quer dançar! rindo dos moralistas com suas questões tão metafísicas e longas... ao contrário, ser fiel à Terra e a sua existência pois esta precisa de ser vivida profundamente, cada gesto merece valor! O homem para esta filosofia não pode viver amargurado desprezando a vida; NÃO! isto é coisa para os homens de rebanho que não possuem vontade própria, ao contrário, o homem superior é igual a criança que tem entusiasmo em viver, pelo descobrir as múltiplas faces da existência... O riso, a sabedoria e a beleza caminham juntas, é preciso haver prazer para afirmar esta vida e não precisar inventar um além.

Caros leitores estas reflexões sobre a filosofia nietzschiana, são somente breves ilustrações que queremos partilhar com o tão enigmático (quem lerá?) e atraente site recanto das letras, pois este conceito supra trabalhado é muito mais vasto e atraente, esperamos que com estas singelas palavras possam brotar interesses por uma leitura aprofundada deste tão fantástico e incompreendido autor. Esta análise do eterno retorno, onde o “demônio nos questiona”, se encontra no livro “gaia ciência”, muitos autores trabalham e analisam o filósofo, gostaríamos de indicar uma obra muito interessante, onde vários pensadores participaram no Rio de Janeiro de um simpósio com a temática que deu nome a obra: “Assim falou Nietzsche”. Caros leitores “saboreiem” as palavras de Nietzsche, ele é o melhor!

celofilosofo
Enviado por celofilosofo em 14/08/2008
Reeditado em 31/07/2010
Código do texto: T1128429